O aumento dos preços, a especulação, está a corroer os salários, as pensões, as condições de vida, como não se verificava desde o período do acordo PS, PSD, CDS com a troica, a que se junta a subida dos juros, nomeadamente do crédito à habitação.

Perdem os trabalhadores, os reformados, as massas populares, mas há quem ganhe. O dinheiro que é retirado aos salários e às pensões não se esfuma, serve o grande capital, o aumento colossal dos seus lucros, as multinacionais do armamento, do petróleo, dos alimentos, da farmacêutica, que promovem a especulação e apostam nas sanções, na continuação e na escalada da guerra. Acentuam-se a exploração, as desigualdades e injustiças, a pobreza.

É necessário pôr fim às sanções, à guerra, à corrida aos armamentos, assegurar a paz. Essa devia ser a intervenção das instituições nacionais mas, ao contrário, o PS e o seu governo de maioria absoluta e o Presidente da República, acompanhados pelas forças reaccionárias, com a colaboração do BE, Livre e PAN, inserem-se no apoio à escalada da guerra e das sanções. Ao mesmo tempo, em profunda conexão com a estratégia de domínio mundial dos EUA, é promovida a manipulação, a intoxicação, o ódio e o ataque aos direitos democráticos.

Nesta situação, ao mesmo tempo que se conjugam as forças do grande capital e os perigos que daí decorrem, afirma-se a importância e a força organizada dos trabalhadores e das massas populares. Desenvolve-se a luta nas empresas e nas ruas, com a dimensão e combatividade da grande manifestação nacional de 7 de Julho. Luta que prossegue e é preciso fortalecer, em que a unidade e a organização dos trabalhadores, a sua grande central sindical, a CGTP-IN, são elementos decisivos. Luta pelo aumento geral dos salários, pela redução do horário de trabalho e contra a sua desregulação, contra a precariedade, por melhores condições de trabalho, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral. Luta pelo aumento das pensões de reforma e dos apoios sociais, pela defesa e melhoria dos serviços públicos, desde logo do SNS. Luta que é indissociável da acção contra a guerra e a corrida aos armamentos, pela paz e a solidariedade internacionalista. Luta que converge para a ruptura com a política de direita e a adopção duma política patriótica e de esquerda.

Resposta clara
Tudo isto está no centro da acção dos comunistas. O tempo em que vivemos põe-nos à prova, desafia-nos, impõe-nos capacidade de resistir, coloca-nos necessidade de análise, suscita-nos iniciativa, exige-nos determinação, invoca o percurso duma história ímpar, aponta a premência da acção quotidiana, afirma o nosso projecto transformador.

Para os militantes do PCP, sempre assim foi. O ataque e a campanha contra o Partido dos trabalhadores é parte da ofensiva do grande capital contra os trabalhadores e as massas populares, mas a situação actual coloca particulares exigências. A resposta é clara e aí está: na iniciativa política; na dinamização da luta de massas; no reforço do Partido; na preparação da Conferência Nacional do Partido «Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências».

Resistir e tomar a iniciativa, agir com os pés bem assentes na terra firme da realidade, de olhos no horizonte, com o sentido do caminho para um futuro de desenvolvimento e progresso social, num mundo em que cada povo decida e cumpra o seu caminho sem chantagens ou agressões, na base da cooperação, da amizade e da paz.

O capitalismo é a exploração, a opressão, a injustiça, a guerra, a predação dos recursos naturais. O caminho é outro, com os valores de Abril, uma democracia avançada, a libertação do capitalismo e a construção duma sociedade nova: a sociedade socialista ao serviço da humanidade e em harmonia com a natureza de que faz parte.