Abril de 1921 – Nasce o Diário de Lisboa

“Será um jornal moderado para todos os que na pressa de avançar para o porvir tomam como estrela os vagos fulgores duma utopia. A muitos, porém, parecerá revolucionário, porque (...) algumas vezes, para falar a pura verdade, terá de ser violento.” Assim se apresentou o diário vespertino que foi um dos jornais de referência do séc. XX. Jornal dos intelectuais e das tertúlias, nele colaboraram figuras da cultura nacional como Aquilino Ribeiro, Almada Negreiros, Jaime Cortesão, José Régio, Fernando Pessoa, Mário Dionísio, António Sérgio, Alexandre O’Neill, Álvaro Salema, José Saramago, fazendo jus ao que se denunciava no editorial de lançamento: “A ignorância, entre nós, é assaz atrevida e empreendedora. A manha governa, ao passo que a ciência se limita a reflexões lentas, abstratas, imponderáveis. E no entanto, nunca como hoje Portugal careceu tanto de uma cultura que para as «elites» seja um motivo de predomínio e para o povo uma certeza de poder.” Em 70 anos de vida produziu suplementos que fizeram história, como “A Mosca”, dirigido por Luís Sttau Monteiro, autor da célebre rubrica “Redacções da Guidinha”, crítica de costumes sob a forma de redacções escolares escritas sem pontuação, e o “Juvenil”, criado por Mário Castrim. Morreu a 30 de Novembro de 1990.