RESPONDER AOS PROBLEMAS

«luta, iniciativa e reforço do Partido»

Milhares de pessoas participaram no sábado passado no desfile de Lisboa «Paz Sim! Guerra e Corrida ao Armamentos, Não!» (pelos mesmos objectivos realizou-se ontem no Porto idêntico desfile), que percorreu a Avenida da Liberdade, entre o Marquês de Pombal e o Rossio, exigindo o desarmamento, o desanuviamento, o respeito pela soberania dos Estados e os direitos dos povos, bem como o fim das guerras, da confrontação e das sanções.

Uma delegação do PCP, dirigida pelo Secretário-geral, saudou e integrou-se no desfile. Como afirmou Jerónimo de Sousa, na saudação aos manifestantes, «num mundo perigoso em que há tanto conflito, desde a Palestina, à Síria, à Líbia, ao Iémen, à Ucrânia, nós consideramos que este não é o caminho! A guerra e a confrontação e as sanções não são o caminho. É o caminho da paz. É isso que quer significar a minha presença aqui. É este desejo que a paz no mundo prevaleça em relação à guerra, em relação aos conflitos e com todas as consequências que isto tem.»

 

A situação económica e social nacional continua marcada pelo agravamento acelerado dos principais défices estruturais do País, pela degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo e pela acumulação de milhões de euros de lucros pelos grupos económicos e multinacionais, que aproveitam agora a guerra e as sanções – tal como antes aproveitaram a epidemia – para alcançarem os seus fins.

Agudizam-se injustiças e desigualdades sociais e enunciam-se projectos de agravamento da exploração dos trabalhadores não só pela recusa da revogação das normas gravosas da legislação laboral, mas também pela introdução de elementos de acrescida precarização das relações laborais e fragilização dos direitos dos trabalhadores, das suas condições e contratos de trabalho, dos seus horários, dos seus salários.

Foi, pois, muito significativa a realização esta semana das jornadas parlamentares do PCP em torno dos problemas nacionais, dando centralidade à necessidade de travar o aumento de preços, valorizar salários e pensões, promover a produção nacional.

De facto, não é aceitável que, perante a espiral de aumentos de preços que há praticamente um ano se vem verificando, agora ampliada pelas sanções a pretexto da guerra, o Governo recuse medidas de controlo e fixação de preços, em especial de bens e serviços essenciais, ao mesmo tempo que impõe a perda de poder de compra aos trabalhadores e ao povo.

Dificuldades que se manifestam de igual forma no SNS ou na Escola Pública, nas limitações da resposta da Segurança Social ou na falta de creches.

Relativamente aos problemas que se vivem na área da Saúde, o PCP chamou a atenção para a prioridade que era preciso dar à formação, contratação e valorização de profissionais de saúde, das suas carreiras e condições de trabalho, do incentivo à sua fixação em zonas e especialidades mais carenciadas, combinando medidas imediatas com as soluções que só a prazo podem produzir efeitos de fundo.

Hoje os portugueses podem ver quão justas eram as razões que levaram o PCP a levantar reservas e a não dar o seu aval ao Orçamento do Estado para 2022, que o PS apresentou em Outubro do ano passado e depois aproveitou para abrir uma crise política apenas com o objectivo de dela tirar vantagens eleitorais.

É preciso aumentar a capacidade de formação de profissionais de saúde e reforçar o número de profissionais do SNS, garantir-lhes vínculos laborais adequados e condições de estabilidade profissional, salários valorizados e uma perspectiva de carreira com que possam contar e que contribua para a sua motivação.

É urgente avançar com um regime de dedicação exclusiva que contribua para a vinculação dos profissionais ao SNS e impeça que fiquem à mercê dos grupos económicos do negócio da doença.

O mesmo se pode dizer relativamente ao direito à educação e à Escola Pública, à valorização dos seus profissionais e à resolução de problemas tão urgentes como o da falta de professores, de auxiliares e de técnicos especializados. Ou da defesa da gratuitidade das creches e da criação de uma rede pública, como defende o PCP.


É por estes direitos que se desenvolve a luta dos trabalhadores em torno da sua acção reivindicativa nas empresas, locais de trabalho e sectores e das populações em defesa dos seus direitos, nomeadamente dos serviços públicos, com destaque para o SNS.

Neste quadro, assume acrescida importância assegurar uma grande mobilização para a manifestação nacional no próximo dia 7 de Julho (próxima quinta-feira), em Lisboa.


Assume igualmente uma grande prioridade a dinamização da preparação da Festa do Avante!, com especial atenção à sua divulgação e venda antecipada da EP, à iniciativa e reforço do Partido nas diversas linhas definidas e em que se inclui a preparação da Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências».


Continuamos convictos de que a resposta plena aos problemas do País só encontrará concretização na política alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP defende e propõe ao povo português. É por ela que, com confiança, nos continuaremos a bater.