- Nº 2533 (2022/06/15)

A 25 e 29 de Junho a paz sai às ruas de Lisboa e do Porto

Em Foco

Não pára de se alargar o apoio ao Apelo Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!, que enquadra os desfiles marcados para os próximos dias 25 e 29, em Lisboa e no Porto. Os seus promotores garantem que é na base dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, na Acta Final da Conferência de Helsínquia e na Constituição da República Portuguesa que se constrói e defende a paz.

Desde que foi lançado, em meados de Maio, o Apelo já extravasou em muito os 15 promotores iniciais. A cada dia que passa são mais as pessoas singulares e organizações das mais variadas áreas de intervenção que a ele se associam (ver caixa).

Do Apelo, que reproduzimos nestas páginas, sobressai a convicção de que mais do que um mero desejo ou estado de alma, a paz constrói-se e defende-se mediante condições concretas, consagradas na Carta das Nações Unidas, na Acta Final da Conferência de Helsínquia sobre Segurança e Cooperação na Europa e na Constituição da República Portuguesa: o diálogo, a negociação, o desanuviamento, o desarmamento, o respeito pela soberania dos Estados e os direitos dos povos são algumas destas condições, decisivas para defender a paz, que se quer duradoura – e justa!

Assim, e ao contrário do que tem sido a actuação dos EUA e da UE, não é perpetuando a guerra, fechando todo e qualquer caminho de diálogo e impondo sanções – que só afectam os povos, por mais que haja quem ganhe (e muito) com elas – que se constrói a paz. Na Ucrânia como na Síria, no Iémen, na Líbia, no Iraque, na Palestina… É precisamente esta consciência que está em causa no Apelo e nos desfiles promovidos no seu âmbito, independentemente de opiniões diversas sobre os desenvolvimentos da situação internacional.

O Apelo é também claro quando considera «imprescindível e urgente» que as autoridades portuguesas não contribuam para a escalada de confrontação e de guerra, antes ajudem a criar condições de diálogo capazes de garantir o «estabelecimento de um clima de confiança, com vista à criação de um sistema de segurança coletiva, a uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos».

Este é, aliás, uma obrigação imposta pela Constituição da República Portuguesa. Ora, o cumprimento destes desígnios constitucionais obriga Portugal a romper com a submissão às imposições dos EUA, da NATO e da UE, que há muito marca a sua política externa.

Divulgar e mobilizar

Para ontem ao final do dia, já após o fecho da nossa edição, estava marcada uma Conversa pela Paz no Porto. Hoje, 15, às 18h00, realiza-se uma iniciativa semelhante na Casa do Alentejo, em Lisboa. Ambas são promovidas pelos subscritores do Apelo.

Também várias organizações que a ele se associaram estão a divulgar as datas e objectivos dos desfiles – através das suas redes de contactos, mas igualmente em várias iniciativas públicas. No Congresso do MURPI, realizado ontem em Setúbal, foi aprovada uma moção que apelava à participação; na concentração da Frente Anti-Racista do passado dia 10, em Lisboa (ver página 7), fez-se um apelo semelhante. A CGTP-IN e o Movimento Sindical Unitário colocam as duas acções na sua intensa agenda de lutas e em todas as iniciativas do CPPC a questão é realçada.

Entretanto, estão a ser organizados transportes das várias regiões para a participação nos desfiles de 25 de Junho, em Lisboa, e 29, no Porto.

 

Um clamor que cresce

O Apelo Paz Sim! Guerra e corrida aos armamentos Não! foi lançado inicialmente por 15 personalidades, das mais variadas áreas profissionais e de intervenção: Ana Margarida Carvalho, escritora; Armando Farias, técnico de produção; Frei Bento Domingues, teólogo; Deolinda Machado, professora; Fernando Casaca, actor e encenador; Francisco Batista, capitão de mar e guerra (ref); Ilda Figueiredo, economista; João Veloso, professor universitário; José Goulão, jornalista; José Pinho, presidente AE da FCSH-UNL; Manuel Loff, historiador; Manuela Espírito Santo, escritora; Pedro Pezarat Correia, general (ref); Rita Lello, actriz; e Rui Pereira, professor.

A estes somam-se já muitos outros: Albino Paulo, dirigente associativo; Alexandre Branco, músico; Alfredo Cardoso da Conceição, gestor de projectos, membro da Comissão Política do PS/ Barcelos e presidente da Associação Nacional de Dirigentes Sociais; Anabela Fino, jornalista; Bárbara Carvalho, presidente da ABIC; Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi; Carlos Alberto Ramos, jornalista; Carlos Silva; presidente da cooperativa de táxis Autocoope; Carolina Letra, bancária reformada; Catarina Gonçalves, jornalista; Diana Pinto, historiadora e técnica de projectos na Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres; Dino D'Santiago, músico; Eduardo Caeiro, membro do Coro Lopes Graça; Fausto Neves, pianista e professor; Fernando Lopes Correia, técnico superior da Administração Local e membro da Comissão Directiva da Associação Intervenção Democrática (ID); Frederico Carvalho, investigador científico e vice-presidente do Conselho Executivo da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos; Guilherme Almeida, presidente da AE da ESARC; Helena Rato, dirigente associativa; Hélio Bexiga Viegas, reformado e membro da Comissão Directiva da ID; Henrique Mendonça, oficial da Marinha; Isabel Almeida, docente de Ensino Superior; Joana Dias Pereira, historiadora; João Geraldes, técnico superior da Administração Local, membro da Assembleia Municipal de Almada e presidente da Comissão Directiva da ID; João Luiz Madeira Lopes, advogado e vice-presidente da Comissão Directiva da ID; João Rafael Marques Santos, professor universitário; Joel Silva, músico; José Ernesto Cartaxo, sindicalista; José Manuel Alves, dirigente da cooperativa de táxis de Portimão e da Federação Portuguesa do Táxi; Júlio Costa, artista visual; Júlio Marques Mota, professor universitário; Júlio Resende, pianista; Luca Argel, cantor; Luís Mendes, geógrafo; Maria João Milhano, contabilista e membro da Comissão Directiva da ID; Maria Santana, professora; Mário Pádua, médico; Pedro Azedo Varino, advogado e membro da Comissão Directiva da ID; Pedro de Azevedo Peres, reformado e membro da Comissão Coordenadora do Movimento Nacional de Opinião «Não às Armas Nucleares em Portugal»; Romão Lavadinho, sociólogo e presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses; Sérgio Dias Branco, professor universitário e investigador; Vítor Rodrigues, dirigente associativo (Clube Estefânia); Vivina Nunes, educadora de infância e vice-presidente da Comissão Directiva da ID.

 

Organizações e movimentos

Para além das adesões individuais, são também muitas as organizações que se juntam ao Apelo:

Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas