A acre­ditar na lenda, Roma foi fun­dada a 21 de Abril, um acon­te­ci­mento que Vir­gílio canta na Eneida com re­co­nhe­cida mes­tria. Se­gundo o poeta, Eneias, filho do rei An­quises e da deusa Vénus, re­fu­giou-se nas mar­gens do Tibre após a queda de Tróia, funda a ci­dade de La­vínio e casa com a filha do rei La­tino, com quem tem um filho, As­cânio, que por seu turno irá fundar a ci­dade de Alba-Longa. Vá­rios rei­nados se su­cedem até que ocorre uma crise di­nás­tica, quando Amúlio usurpa o trono do irmão, Nu­mitor. Amúlio manda exe­cutar os so­bri­nhos e faz da so­brinha, Reia, uma vestal, para sempre virgem, logo, sem des­cen­dentes. Mas Reia virá a dar à luz dois gé­meos, Ró­mulo o Remo, por in­ter­venção do deus Marte. Para es­conder o sa­cri­légio os gé­meos são lan­çados ao rio, no en­tanto são mi­ra­cu­lo­sa­mente salvos e ali­men­tados por uma loba, na gruta de Lu­percal, sendo mais tarde res­ga­tados por um pastor. Atin­gida a idade adulta, os gé­meos matam Amúlio, res­ti­tuem o trono de Alba-Longa ao avô e fundam uma ci­dade no local onde foram salvos pela loba. Pedem um sinal aos deuses para de­cidir quem rei­nará na nova urbe, mas Remo não aceita o re­sul­tado e de­safia Ró­mulo, que acaba por o matar. Nasce assim, sob o signo da vi­o­lência, a que virá a ser co­nhe­cida como a ci­dade eterna.