A luta de massas continua a apresentar-se como o caminho decisivo para dar a volta à situação nacional e internacional que estamos a viver. Merecem, pois, uma grande valorização as combativas acções de massas realizadas, neste período, em particular, as grandiosas comemorações do 25 de Abril e a memorável jornada de luta do 1.º de Maio.

A grande jornada de luta do 1.º de Maio convocada pela CGTP-IN, com manifestações em trinta e DUAS localidades, constituiu, de facto, pela participação e combatividade de muitos milhares de trabalhadores, uma importante resposta de massas à situação actual, no decorrer das quais os trabalhadores fizeram ecoar de norte a sul do País o lema do 1.º de Maio «lutar e conquistar para o país avançar! Mais salário, 35 horas, emprego com direitos, contratação colectiva, serviços públicos» e assumiram a clara determinação de prosseguir, intensificar e alargar a luta de massas pelos direitos, contra a exploração, concretizando assim a acção reivindicativa em cada empresa, serviço, local de trabalho ou sector. É neste quadro que se integram, já nos próximos dias, as lutas na AMARSUL a 9 de Maio, as lutas dos reformados e pensionistas promovidas pela CGTP/Inter-reformados e MURPI a 10 de Maio, dos enfermeiros a 12 de Maio promovida pelo SEP e a Manifestação Nacional dos trabalhadores da Administração Pública convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da AP para 20 de Maio.

Trata-se de acções de massas cuja preparação importa estimular de forma a garantir o seu êxito: esclarecendo, mobilizando, combatendo a acção nefasta da ofensiva ideológica em curso orientada para a desmobilização da luta organizada dos trabalhadores por melhores salários e pensões e pelo trabalho com direitos e por uma política alternativa que que dê centralidade à valorização do trabalho e dos trabalhadores.

Vivemos uma situação caracterizada pela intensificação da exploração pelo capital monopolista, que usando como pretexto a guerra e as sanções, prossegue a sua acção especulativa e, ao mesmo tempo que centraliza e concentra fabulosos lucros, provoca o aumento do custo de vida, faz crescer as desigualdades e injustiças sociais e aumenta as dificuldades das micro, pequenas e médias empresas. Em simultâneo, como componente do mesmo processo, promove uma feroz ofensiva antidemocrática com forte pendor anticomunista, visando atacar o regime democrático, condicionar a acção e iniciativa do PCP e limitar a capacidade de atracção do ideal e do projecto comunistas.

Foi neste contexto político e social que a AR aprovou na generalidade, na passada sexta-feira, a proposta do Governo de OE para 2022 (com os votos favoráveis do PS e a abstenção do Livre e do PAN). Ora, apesar da situação ser hoje mais difícil do que era há seis meses, quando a proposta de OE do Governo minoritário do PS foi rejeitada, o Governo continua a insistir numa proposta de OE que recusa as soluções para os problemas nacionais e a resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo, ao mesmo tempo que promove a acumulação de privilégios e benefícios nos grupos económicos.

Aproveitando a força e a confiança que emana das comemorações do 25 de Abril e da jornada de luta do 1.º de Maio, importa igualmente reforçar o PCP tendo presentes as prioridades definidas e intensificar a acção e iniciativa do Partido em que se inseriu a sessão pública da passada terça-feira, em Lisboa, «Combater a especulação. Aumentar o investimento público. Mais intervenção pública no mercado de arrendamento» com a participação de Jerónimo de Sousa; a intensa intervenção nas instituições nomeadamente na AR onde o Grupo Parlamentar do PCP fez a apresentação de várias dezenas de iniciativas legislativas e se prepara para levar ao debate na especialidade do OE para 2022 propostas que respondam aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País. No mesmo sentido, o PCP avança com um diversificado número de outras iniciativas, em que se destaca a preparação da Festa do Avante! que se realiza a 2, 3 e 4 de Setembro, dinamizando desde já a divulgação e venda antecipada da EP.

Estimulando a luta dos trabalhadores e do povo pelos direitos e pela ruptura com a política de direita responsável pelos problemas estruturais do País que, ao longo de décadas se foram acumulando, o PCP prossegue, com determinação e confiança, a sua acção por uma política alternativa patriótica e de esquerda, parte integrante de uma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, pelo socialismo.