PELA PAZ, CONTRA O AUMENTO DO CUSTO DE VIDA

«desenvolver a luta»

Prossegue a escalada de confrontação, guerra e sanções incentivada pelos EUA, NATO e UE, ao mesmo tempo que o capital monopolista promove, pela via especulativa, o aumento do custo de vida e estimula a ofensiva antidemocrática de cariz anticomunista em curso, procurando atingir o PCP.

Ora, o percurso do PCP não admite quaisquer dúvidas quanto à sua posição: condena a guerra, toda a guerra que leva já oito anos na Ucrânia, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia.

O PCP reafirma que a escalada armamentista, a política de sanções económicas, comerciais, financeiras, culturais e desportivas, não servem a causa da paz, nem os interesses dos povos. Servem os lucros da indústria militar, os especuladores, os beneficiários directos do redireccionamento da dependência energética, novos ataques a direitos laborais e sociais, concepções reaccionárias e antidemocráticas.

O PCP continua a ser em Portugal o partido mais firmemente decidido a intervir em defesa da paz, do cessar-fogo e de uma solução negociada para o conflito na Ucrânia, mas insere esse combate no mesmo processo que o leva a denunciar a especulação e a estimular a luta contra o aumento do custo de vida.


Na semana passada foi apresentado e discutido na AR o Programa do Governo do PS, de maioria absoluta.

Um programa em que o Governo, como sublinhou Jerónimo de Sousa no final do debate na AR, se nega a reconhecer a existência e profundidade dos problemas estruturais do País para não ter de se confrontar com a responsabilidade de lhes dar resposta. Limitando-se, por isso, a apontar medidas temporárias ou transitórias para os atenuar, recusando as soluções que poderiam assegurar uma resposta global aos problemas nacionais.

Problemas que vêm de longe e que os anteriores governos minoritários do PS sempre resistiram a enfrentar, apesar das propostas, insistência e intervenção do PCP.

De facto, o PS nunca quis confrontar os interesses dos grupos económicos e financeiros, e sempre resistiu a abrir espaço a uma política de afirmação de desenvolvimento soberano do País, optando, ao invés, por uma posição de dependência e submissão às imposições da União Europeia, aos critérios do euro e ao domínio do grande capital.

O PCP levou a este debate cerca de três dezenas de propostas, com soluções e compromissos concretos de resposta a problemas nacionais. Não houve uma só a que o PS ou o Governo dessem perspectiva de querer corresponder, a começar por aquelas que são mais urgentes como a valorização de todos os salários, incluindo do salário mínimo nacional para 850 euros no curto prazo, mas também das reformas e pensões, assegurando um aumento extraordinário que reponha o poder de compra perdido com a inflação.

A situação que vivemos exige uma política alternativa patriótica e de esquerda que, entre outros aspectos, valorize o trabalho e os trabalhadores, aposte na produção nacional, assegure o investimento público e ponha empresas e sectores estratégicos ao serviço do desenvolvimento nacional.


É no quadro desta situação, avaliando as suas implicações conjunturais e de dimensão mais duradoura que se coloca com mais urgência a necessidade de reforçar o PCP concretizando as medidas e prioridades definidas. Mas igualmente necessário se torna dinamizar a acção e iniciativa do Partido e a sua ligação às massas.

Merecem, pois, registo neste campo esta semana as dezenas de iniciativas de comemoração do 101.º aniversário do Partido, com destaque para o almoço regional do Alentejo em Montemor-o-Novo, a sessão comemorativa dos 80 anos de Adriano Correia de Oliveira, a tribuna pública em Odivelas em defesa do SNS, a sessão «neo-realismo, expressão cultural de um povo em luta», o encontro com Reformados, Pensionistas e Idosos, com a participação de Jerónimo de Sousa.


É também nesta exigente situação política e social que se impõe desenvolver a luta dos trabalhadores e das populações mobilizando para uma alargada participação nas comemorações populares do 25 de Abril e para a preparação da jornada de luta do 1.º de Maio a partir da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, bem como a luta contra o aumento do custo de vida, pelo aumento geral dos salários e pensões e em defesa dos serviços públicos.


A situação nacional e internacional que vivemos coloca acrescidas exigências à luta dos trabalhadores e do povo, à intervenção do PCP, mas também ao alargamento da unidade e convergência com democratas e patriotas empenhados na construção de um Portugal com futuro: para defender direitos, combater a especulação que está na origem do aumento do custo de vida, defender a paz e abrir caminho à concretização da política alternativa que promova o desenvolvimento soberano do País.