É ESSENCIAL AUMENTAR SALÁRIOS E PENSÕES

«Contra o aumento do custo de vida»

Intensifica-se a escalada de confrontação promovida pelos EUA, a NATO e a UE, num quadro de agudização da crise estrutural do capitalismo e face a um complexo processo de arrumação de forças à escala mundial.

Trata-se de uma escalada perigosa e de desenvolvimentos imprevisíveis, em que se insere a guerra mas também o vasto conjunto de sanções, com pesadas consequências para os povos da Europa, nomeadamente para o povo português.

Prossegue também o aproveitamento pelo grande capital da guerra e das sanções para promover o aumento especulativo dos preços, particularmente da energia e dos bens alimentares, ao mesmo tempo que crescem a pobreza e as desigualdades sociais, se degradam salários e pensões e aumentam as dificuldades das micro, pequenas e médias empresas.

É neste quadro que o PCP faz, como referiu Jerónimo de Sousa, em Braga no sábado passado, «um apelo à Paz, ao cessar-fogo e ao diálogo pela resolução pacífica do conflito. Apelo que decorre da nossa posição de sempre, inequívoca, contra a guerra e de condenação de um processo de ingerência, onde está presente o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia.»

O PCP apela à mobilização dos povos e, em particular, do povo português, em defesa da paz e da solidariedade com todas as vítimas de todas as guerras, articulando essa acção com a luta contra o aumento do custo de vida.

Foi com esta preocupação que o PCP apresentou na AR, no próprio dia da sua investidura, uma proposta de aumento do Salário Mínimo Nacional para 850€, enquanto peça estruturante para o aumento geral dos salários, ao mesmo tempo que exige medidas para defender a produção nacional e a soberania alimentar.


Tomou posse, na passada quinta-feira o novo Governo do PS, que apresentou na AR o seu Programa. Um programa que mantém as mesmas opções de recusa da resposta necessária aos problemas estruturais do País, que não assume o compromisso com a resposta necessária aos trabalhadores e reformados afectados pelo aumento do custo de vida, pelos baixos salários e pensões, pela precariedade e desregulação dos horários de trabalho, pela falta de consultas, de cirurgias ou de habitação.

O PCP insiste que Portugal precisa de uma outra política que promova o desenvolvimento económico que ponha Portugal a produzir, que assuma a valorização do trabalho e dos trabalhadores, que promova o aumento geral dos salários e das reformas, que assegure serviços públicos de qualidade, valorize a educação, a ciência e a cultura, que defenda o SNS e o salve da estratégia que visa a sua destruição, que garanta os direitos das crianças e dos pais, proteja o direito a viver numa habitação digna, reforce os direitos e protecção sociais, que assegure o direito a um ambiente saudável e ao equilíbrio ecológico.


É pela resposta aos seus interesses e direitos que os trabalhadores intensificam as suas lutas nas empresas e locais de trabalho, desenvolvendo a acção reivindicativa, participando nas acções de luta promovidas pela CGTP-IN amanhã em todo o País pela exigência do aumento geral dos salários e das pensões e pelo combate ao aumento do custo de vida. É também neste combate que se inserem as lutas das populações em defesa dos serviços públicos (com destaque para o SNS), as comemorações do 25 de Abril, a jornada de luta do 1.º de Maio e tantas outras lutas, como foi, na passada quinta-feira, a combativa manifestação nacional de jovens trabalhadores, em Lisboa e no Porto.


Entretanto avança também o reforço do PCP. É preciso um PCP mais forte, mais capaz de intervir para responder aos problemas dos trabalhadores e do povo. Mais pronto a mobilizá-los para as muitas lutas que a vida continua a exigir.

É neste trabalho de reforço orgânico e da intervenção do PCP que se inserem: a realização da Assembleia da Organização Regional de Braga, no sábado passado, as comemorações do seu 101.º aniversário com uma grande diversidade de iniciativas com destaque para o almoço comemorativo do passado dia 3, no Seixal, com a participação de Jerónimo de Sousa, a acção institucional nomeadamente na Assembleia da República e a acção que hoje tem lugar em defesa do SNS.

Um PCP mais forte e reforçado será sempre mais capaz de intervir, para responder aos problemas dos trabalhadores e do povo, mais pronto a mobilizá-los para as muitas lutas que a vida vai continuar a exigir: para combater as injustiças, as desgraças e a miséria que o capitalismo vai semeando pela Europa e pelo mundo, para garantir melhores condições de vida aos trabalhadores e ao povo, para dar mais força à luta pela paz, pela cooperação entre os povos e pela sua soberania.