Maria Helena Dá Mesquita, com uma vida dedicada ao estudo, ao ensino e sobretudo ao teatro, que amava com paixão, faleceu no dia 21 de Março, aos 88 anos, na sua cidade de Lisboa.

Licenciada em Filologia Germânica pela FLUL, tendo complementarmente um curso de ciências pedagógicas, Maria Helena Dá Mesquita foi a primeira mulher a escrever crítica teatral, actividade que iniciou em 1968 no jornal A Capital e, posteriormente, em Notícias da Tarde e Diário.

Esteve entre os fundadores, em 1984, da Associação de Críticos de Teatro, e foi uma divulgadora atenta de alguns do dramaturgos portugueses revelados em finais dos anos sessenta, nomeadamente de Jaime Salazar Sampaio e Prista Monteiro.

Maria Helena Dá Mesquita leccionou durante décadas, sobretudo no Liceu Pedro Nunes, onde marcou gerações com o seu espírito inconformista e idealista.

Com Fernanda Lapa criou, e dirigiu durante mais de 15 anos, uma Escola de Literatura e Escrita, que funcionou, entre outros espaços, na sala de reuniões da APE. Vários escritores foram convidados para falarem da sua obra e dos seus métodos de trabalho, entre os quais Urbano Tavares Rodrigues, Modesto Navarro, José Colaço Barreiros, Domingos Lobo e Sérgio de Sousa.

Militante do PCP, Maria Helena Dá Mesquita estava organizada no Sector Intelectual/Cultura Literária da ORL, organismo onde a sua participação, enquanto a saúde lho permitiu, muito contribuiu para o trabalho desenvolvido pelo Partido na área das artes performativas.