- Nº 2520 (2022/03/17)

Justiça britânica impede Julian Assange de recorrer contra extradição para EUA

Europa

O Supremo Tribunal britânico recusou dar seguimento ao recurso apresentado por Julian Assange contra uma decisão judicial anterior favorável à sua extradição para os Estados Unidos da América, anunciaram em Londres, no dia 14, os advogados do fundador do WikiLeaks. Segundo a defesa do jornalista australiano, a mais alta instância judicial do Reino Unido justificou a sua recusa de aceitar o caso com o argumento de que o recurso carece de fundamento jurídico plausível.

Ao decidir dessa forma, o Supremo Tribunal colocou o destino de Assange nas mãos da ministra britânica do Interior, Priti Patel, ainda que não esteja descartada a interposição de um novo recurso, agora ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Os EUA perseguem Assange por ter denunciado no WikiLeaks presumíveis crimes de guerra cometidos por militares norte-americanos no Iraque e no Afeganistão e publicado milhares de telegramas secretos da diplomacia de Washington.

Se for extraditado para os EUA, o jornalista poderá ser condenado pela justiça norte-americana a 175 anos de prisão, devido às 17 acusações de espionagem que lhe são imputadas.

Assange está encarcerado numa prisão de máxima segurança britânica desde que o governo do Equador lhe retirou a protecção diplomática outorgada sete anos antes e permitiu à polícia britânica entrar na sua embaixada em Londres para o prender, em 11 de Abril de 2019.

Embora não haja nenhuma acusação contra Assange, depois de ter cumprido uma condenação de 50 semanas de prisão por incumprir uma situação de liberdade condicional em 2012, a justiça britânica decidiu mantê-lo encarcerado até que se conclua o processo de pedido de extradição apresentado pela justiça norte-americana.