PELA PAZ, OS DIREITOS E A ALTERNATIVA

«Contra o au­mento do custo de vida»

Ainda sob o ex­tra­or­di­nário im­pacto do gran­dioso co­mício do PCP no Campo Pe­queno, no pas­sado dia 6 de Março, a si­tu­ação po­lí­tica e so­cial é mar­cada pelas di­fi­cul­dades e pre­o­cu­pa­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo de­cor­rentes do au­mento dos preços, em es­pe­cial dos com­bus­tí­veis, ali­mentos e ou­tros bens es­sen­ciais, e ainda pela ofen­siva de­sen­vol­vida a partir da questão da guerra que se vive no Leste da Eu­ropa.

Como o PCP in­sis­ten­te­mente tem re­a­fir­mado, não é uma guerra que sirva os in­te­resses do povo ucra­niano, não serve os in­te­resses do povo russo, não serve os in­te­resses dos povos da Eu­ropa. Serve, isso sim, os in­te­resses da ad­mi­nis­tração norte-ame­ri­cana e do seu com­plexo mi­litar-in­dus­trial, que pro­curam lu­crar à custa do ne­gócio da guerra e da im­po­sição de san­ções cujos custos vão so­bre­car­regar os tra­ba­lha­dores e os povos, vão ser usados para atacar os seus di­reitos e con­di­ções de vida, ao mesmo tempo que pro­movem fa­bu­losos lu­cros para os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros e para os es­pe­cu­la­dores, que uti­lizam agora a guerra e as san­ções como pre­texto para agravar a ex­plo­ração e au­mentar lu­cros, tal como fi­zeram a pre­texto da epi­demia.

O PCP in­siste que há que parar a ins­ti­gação da es­ca­lada de guerra, há que dar uma opor­tu­ni­dade à paz. O PCP con­si­dera ur­gentes as ini­ci­a­tivas de diá­logo que possam co­locar fim à guerra, de­cidir um cessar-fogo, abrir um pro­cesso de ne­go­ci­ação com vista a uma re­so­lução pa­cí­fica do con­flito.

O PCP apela à mo­bi­li­zação em de­fesa da paz e contra a guerra, pelos di­reitos dos povos, pela co­o­pe­ração e a se­gu­rança na Eu­ropa, pelo res­peito dos di­reitos da Carta das Na­ções Unidas e da Acta Final da Con­fe­rência de Hel­sín­quia.

Neste quadro, ga­nharam par­ti­cular sig­ni­fi­cado e im­por­tância as ac­ções em de­fesa da paz e contra a guerra pro­mo­vidas pelo CPPC, em par­ceria com de­zenas de ou­tras or­ga­ni­za­ções na pas­sada quinta-feira, dia 10, em Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, San­tarém, Couço e Viseu.


É ainda no quadro das con­sequên­cias da guerra e das san­ções e do seu apro­vei­ta­mento pelos grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros que o au­mento do preço dos com­bus­tí­veis e da energia volta a ser um pro­blema muito sen­tido e que já está a ter apro­vei­ta­mentos di­versos.

O PCP in­siste na de­núncia de que são a es­pe­cu­lação e os lu­cros dos grupos eco­nó­micos que jus­ti­ficam este au­mento de preços, sendo a guerra e as san­ções apenas mais um dos pre­textos uti­li­zados para es­conder essas ver­da­deiras mo­ti­va­ções. Tal como não deixa de ser igual­mente pre­o­cu­pante a su­bida de preços e as si­tu­a­ções de es­pe­cu­lação a partir da pos­si­bi­li­dade de es­cassez de bens ali­men­tares.

É contra esta si­tu­ação que o PCP avança com ini­ci­a­tivas pró­prias (de hoje até ao pró­ximo dia 22) contra a su­bida dos com­bus­tí­veis e es­ti­mu­lará a luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções contra o au­mento do custo de vida e, ao mesmo tempo, to­mará po­sição sobre a pro­dução agro-ali­mentar, os apoios à pro­dução agrí­cola, as me­didas de com­bate às con­sequên­cias da seca e para as­se­gurar a pro­dução de ce­reais.


As co­me­mo­ra­ções do Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher con­cre­ti­zaram-se por todo o país com múl­ti­plas ini­ci­a­tivas, com des­taque para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de mu­lheres con­vo­cada pelo MDM, que no pas­sado dia 12 teve lugar em Lisboa e que pela sua di­mensão, par­ti­ci­pação da ju­ven­tude e pelas ques­tões a que foi dada ex­pressão, cons­ti­tuíram uma grande jor­nada na luta pelos di­reitos das mu­lheres, in­dis­so­ciá­veis da luta por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva que lhes dê plena con­cre­ti­zação. Igual­mente de va­lo­rizar foram as di­versas ac­ções in­se­ridas na Se­mana da Igual­dade le­vada a cabo pela CGTP-IN.

Pros­segue agora e in­ten­si­fica-se a mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação de es­tu­dantes do en­sino su­pe­rior con­vo­cada pelo seu mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo para o dia 24 de Março e para a ma­ni­fes­tação da Ju­ven­tude Tra­ba­lha­dora con­vo­cada pela CGTP-IN para 31 de Março em Lisboa e no Porto.

De igual modo pros­se­guem os pre­pa­ra­tivos das co­me­mo­ra­ções po­pu­lares do 48.º ani­ver­sário do 25 de Abril e da jor­nada de luta do 1.º de Maio, a partir do de­sen­vol­vi­mento da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas e lo­cais de tra­balho.


Vive-se hoje uma si­tu­ação com­plexa, que co­loca novas e acres­cidas exi­gên­cias à luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e à ne­ces­si­dade do re­forço e da in­ter­venção do PCP. Mas, como ficou de­mons­trado no co­mício do pas­sado dia 6, a par das pre­o­cu­pa­ções com a si­tu­ação com que es­tamos con­fron­tados, há ra­zões para a firme con­fi­ança com que in­ter­vimos no pre­sente e pro­jec­tamos o fu­turo. Uma con­fi­ança ina­ba­lável na luta pela paz, contra a guerra, em de­fesa dos ser­viços pú­blicos (com des­taque para o SNS) e dos di­reitos, contra o au­mento do custo de vida, pela re­po­sição e va­lo­ri­zação do poder de compra dos sa­lá­rios e pen­sões. Na luta pela al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, que co­loque como pri­o­ri­dade a res­posta aos pro­blemas na­ci­o­nais e seja capaz de as­se­gurar uma po­lí­tica ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.