«E se este mundo for o inferno de outro planeta?» A questão foi posta por Aldous Leonard Huxley, escritor inglês que legou à história da literatura o romance Admirável mundo novo, um clássico da chamada literatura distópica, vertente literária caracterizada pela narrativa de enredos situados no futuro. Nascido no seio de uma família de intelectuais, estuda medicina e literatura inglesa; trabalha como jornalista para a revista Athenaeum e como crítico de teatro para a Westminster Gazzette; vive em Itália durante o regime fascista de Mussolini, o que influencia a sua obra. Vai para os EUA em 1937, no auge da sua carreira literária, e radica-se em Hollywood para trabalhar como roteirista. Em Admirável mundo novo, publicado em 1932, Huxley projecta na sociedade do futuro as consequências da alienação capitalista: uma sociedade sem lugar ao sonho, submetida aos avanços tecnológicos, onde o ser humano perde a sua humanidade. É uma alegoria à realidade, uma crítica à sociedade capitalista, industrial e tecnológica, e um alerta para o perigo de ditadura daí decorrente. Com uma vasta obra e sem medo das palavras – «a democracia permite que criaturas abomináveis conquistem o poder» –, Huxley, várias vezes premiado, permanece actual. Morreu aos 69 anos.