PCP exige, no Parlamento Europeu: «Parar a guerra! Exigir um caminho de diálogo e de paz!»

O Parlamento Europeu adoptou na terça-feira, 1 de Março, uma resolução sobre a situação na Ucrânia, que contou com os votos contra dos deputados do PCP no PE. Os eleitos comunistas manifestaram a sua discordância à Resolução do PE sustentados na argumentação de que a mesma visa reforçar a NATO e a sua presença avançada nos países mais próximos da Rússia, ao mesmo tempo que apela aos seus Estados-Membros

para que incrementem as despesas militares, reforçando simultaneamente a UE como pilar europeu da NATO.

Os deputados comunistas consideram, entre outros aspectos, que são urgentes iniciativas e medidas que abram caminho à negociação e à paz, e não, como faz a resolução, dar força à escalada de confrontação, incrementar a guerra, e dificultar o cessar-fogo e a solução negociada que se impõe no interesse dos povos e da paz mundial.

Na íntegra, a posição dos deputados do PCP:

«É necessário defender o diálogo e a paz, não o incremento da política e das medidas que estão na origem da escalada do conflito na Europa.

O PCP reafirma a sua posição de sempre contra a guerra e a favor da paz.

A confrontação e a guerra não resolverão os problemas da Humanidade, pelo contrário, só os agravarão.

O que se impõe são iniciativas que contribuam para um processo de diálogo com vista a uma solução política para o conflito na Ucrânia, à resposta aos problemas de segurança colectiva na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.

O PCP condena o caminho de ingerência, de violência e de confrontação decorrente do golpe de estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, a que se seguiu a recente intervenção militar da Rússia, e a que se acrescenta a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da UE.

São urgentes iniciativas e medidas que abram caminho à negociação e à paz.

Mas, o que esta resolução faz é dar força à escalada, ao incremento da guerra, e dificultar o cessar-fogo e a solução negociada que se impõe no interesse dos povos e da paz mundial.

O PCP considera profundamente negativa a resolução, hoje adoptada no Parlamento Europeu, que:

- Procura impor uma visão unilateral e instiga à confrontação, à guerra;

- Ignora os atropelos aos princípios do direito internacional – dos quais tem uma visão selectiva, restritiva e instrumental – e as sucessivas decisões e provocações dos EUA, NATO e UE que levaram ao conflito na Ucrânia e precederam a intervenção militar da Rússia neste país;

- Ignora o papel que EUA, NATO e UE tiveram no golpe de estado de 2014 na Ucrânia, recorrendo a forças fascistas, que levou a profundas fracturas, perseguições e violência na Ucrânia e que se traduziu em 15 mil mortos neste país nos últimos sete anos;

- Dá cobertura ao colossal processo de aumento de despesas militares, ao reforço e alargamento da NATO e à militarização da UE, que está na origem do agravamento da situação na Europa e no mundo;

- Ao invés de contribuir para uma urgente e necessária solução política, pugna pelo corte de todas as pontes e pela imposição de mais sanções que atingem os povos da Europa e são pretexto para colocar em causa direitos e o agravamento das condições de vida;

- Não só ignora toda a problemática da segurança e do desarmamento na Europa, como se propõe mesmo agravá-la.

É urgente parar a política de instigação do confronto que só levará ao agravamento do conflito, à perda de mais vidas humanas, a maior sofrimento, com dramáticas consequências para os povos da Ucrânia e da Rússia, para os povos da Europa.

O PCP considera premente voltar ao caminho de respeito dos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, de paz e cooperação entre os povos.»




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