PELA PAZ E O PROGRESSO SOCIAL

«Uma intervenção determinada e confiante»

O PCP expressou a sua profunda preocupação com os desenvolvimentos da escalada de confrontação política, económica e militar e com os riscos sérios que comporta essa confrontação.

O PCP reafirma que a guerra é o maior perigo que a Humanidade enfrenta; que a guerra não é solução seja para que problema for ; que é preciso fazer todos os esforços para a evitar.

«O PCP – como sublinha a nota divulgada na passada quinta-feira – reafirma a premente necessidade de iniciativas que contribuam para um processo de diálogo com vista a uma solução política para o conflito na Ucrânia, à resposta aos problemas de segurança colectiva na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia – princípios que o PCP defendeu quando estavam em causa as guerras contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia ou a Síria, e que continua em coerência a defender hoje com a mesma convicção».

O agravamento da situação é indissociável da perigosa estratégia de tensão e confrontação promovida pelos EUA, a NATO e a UE contra a Rússia, que passa pelo contínuo alargamento da NATO e o reforço do seu dispositivo militar ofensivo junto às fronteiras daquele país, e em que se insere a instrumentalização da Ucrânia, desde o golpe de Estado de 2014, com o recurso a grupos fascistas, e que levou à imposição de um regime xenófobo e belicista, cuja violenta acção é responsável pelo agravamento de fracturas e divisões naquele País.

Perante mais este conflito, é justo perguntar: Quem terá a ganhar com esta guerra? A resposta é clara: são os EUA e o complexo industrial-militar, que fizeram e continuam a fazer tudo para impedir uma solução política para os muitos problemas que a Humanidade enfrenta e para prolongar a confrontação no plano militar (e não só), aproveitando a situação para impulsionar o reforço da NATO, a militarização da UE, o que está a ter já consequências na corrida aos armamentos.

Como sublinha o PCP, «a solução não é a guerra, é a paz e a cooperação. Em defesa dos interesses e das aspirações do povo português e dos povos de toda a Europa, o Governo português deverá actuar de forma a favorecer o fim da escalada de confrontação e a facilitar uma solução negociada, e não alinhar Portugal na estratégia de crescente tensão ditada pelos EUA, a NATO e a UE.»

Assim, chama-se a atenção para a importância da acção em defesa da paz no qual o PCP continuará empenhado, apelando, desde já, à participação nas iniciativas promovidas pelo CPPC e outras organizações, nomeadamente o debate, hoje em Lisboa, e o acto público em Lisboa e no Porto no próximo dia 10.

Importa igualmente ter presente a importância do Comício do próximo dia 6, que incorpora o importante apelo «pela paz, contra a guerra» – para o êxito do qual importa continuar a mobilizar, dentro e fora do Partido – e que, como temos sublinhado, culmina as comemorações do Centenário do Partido, assinala o seu 101.º aniversário e constitui uma grande acção de massas inserido na luta pela resolução dos problemas nacionais, pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, contra a exploração e o empobrecimento, pela ruptura com a política de direita, pela afirmação do ideal e do projecto comunistas.

 

Numa situação em que é visível o aumento do custo de vida, inserido num quadro de agravamento da situação económica e social, importa continuar a dinamizar a iniciativa do Partido – de que foi exemplo a acção em todo o País levada a cabo no passado dia 24 de Fevereiro e que contou com a sessão em Lisboa «PCP – Contigo todos os dias. O custo de vida aumenta, desce o poder de compra. Mais salários. Mais pensões», com a participação de Jerónimo de Sousa – e a estimular a luta dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho e das populações em torno dos seus interesses e direitos, nomeadamente em defesa dos serviços públicos, com particular destaque para a defesa do direito à habitação e do reforço do SNS.

Importa pois mobilizar para a manifestação nacional de mulheres promovida pelo MDM nos dias 5 e 12 de Março, respectivamente no Porto e em Lisboa, para as acções promovidas pelo movimento associativo dos estudantes no dia 24 de Março e para a manifestação da Juventude Trabalhadora promovida pela CGTP-IN no dia 31 de Março, em Lisboa e no Porto.

 

Em simultâneo, é imprescindível prosseguir a acção de reforço do Partido nas linhas e prioridades definidas.

Perante a ofensiva ideológica do grande capital e dos seus principais centros ideológicos, a pretexto da situação no leste europeu, tentando escamotear a crise do capitalismo que se aprofunda, num quadro de rearrumação de forças à escala mundial, importa reafirmar a independência de classe, política e ideológica do PCP, e reforçar a sua acção que prosseguirá, determinada e confiante, na luta pela paz, a liberdade, a democracia e o socialismo.