A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa apela às associações académicas e de estudantes que no dia 24 de Março comemorem os 60 anos da Crise Académicacom uma grande acção de luta.
No apelo, sob o lema «Lutaram no passado, lutamos no presente – Avançar é urgente: gratuitidade, Acção Social, alojamento», a Direcção da AEFCSH recorda que a Crise Académica de 1962 foi um «momento galvanizador da luta do movimento estudantil em Portugal contra o fascismo, pela liberdade e pela democratização do Ensino Superior».
«Foi a partir da sua unidade e firmeza ao longo dos anos que os estudantes assumiram um importante papel na construção e defesa do Ensino Superior público, pilar da democracia, do desenvolvimento do País e da emancipação individual e colectiva», um «projecto» que «permanece por cumprir na sua plenitude», acusa a associação, dando como exemplo a «existência de propinas, taxas e emolumentos, que tanto custam nas carteiras dos estudantes e famílias» e que, associados aos restantes custos de frequência, «são também responsáveis pelos milhares de casos de abandono escolar ano após ano».
Outra dificuldade passa por o financiamento público manter-se «extremamente insuficiente» para atender àquilo que a realidade das instituições exige. «Por consequência da pandemia, as instituições viram as suas dificuldades expostas e agravadas nos últimos dois anos: encerraram-se cantinas públicas, degradou-se a qualidade do ensino, diminuiu-se a participação democrática dos estudantes nas instituições de Ensino Superior, agravaram-se as desigualdades – tudo mudou, mas o valor das propinas e os problemas crónicos do Ensino Superior ficaram na mesma», denuncia o texto do apelo.
Neste sentido, exige-se o reforço da Acção Social Escolar para «responder às necessidades colocadas», como se comprova com o «valor recorde de pedidos de bolsa», sendo «mais de 100 mil os estudantes que acreditam não ter condições para assegurar os custos associados à frequência do Ensino Superior». As reivindicações dos estudantes passam também por um Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior que permanece por cumprir.