Promessas de milhões entre golpes e ingerências

Decorre hoje e amanhã, em Bruxelas, uma cimeira entre a União Europeia e a União Africana, prevista para 2020 mas entretanto adiada devido à COVID-19. Concorrer com a influência chinesa em África parece ser uma das motivações centrais da UE.

A UE quer disputar a influência da China em África

Em vésperas da cimeira entre a União Europeia (UE) e a União Africana (UA), a 17 e 18, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, prometeu um investimento de 150 mil milhões de euros em África, até 2027.

A dirigente europeia efectuou, na semana passada, uma visita ao Senegal, cujo presidente, Macky Sall, acaba de ser eleito presidente da União Africana. Em Dakar, anunciou que a UE vai investir aquela verba no continente africano, nos próximos cinco anos, através do programa Global Gateway. É o próprio canal de notícias Euronews e salientar que o objectivo é «concorrer com a China na construção de infra-estruturas na saúde, transportes, educação e ciência».

Von der Leyen prometeu investimentos precisamente «nas infra-estruturas estratégicas, da indústria, mas também no domínio da saúde, da juventude e da educação, tão importante».

O presidente senegalês e da UA, por seu lado, defendeu «uma parceria renovada, modernizada e mais orientada para a acção». Disse que Europa e África têm interesse em trabalhar juntas: «primeiro, porque face à nossa proximidade geográfica, a paz e a segurança dos dois continentes estão estreitamente ligadas; depois, porque devido aos seus recursos humanos e naturais, África oferece à Europa oportunidades de investimento e de parceria para um crescimento e prosperidade partilhados».

Macky Sall apontou como temas de debate na cimeira, entre outros, a paz e a segurança, a luta contra o terrorismo, as infra-estruturas em África, a agricultura, a resposta à COVID-19 (incluindo a produção de vacinas), o relançamento das economias africanas após a pandemia, a transição energética e a transformação digital no continente, o combate às alterações climáticas.

Outras questões, como a dívida dos países africanos, os golpes de Estado e as ingerências estrangeiras em África, poderão também ser abordadas.




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