1598 – Édito de Nantes
O rei Henrique IV assinou em 30 de Abril, em Nantes, um édito de pacificação e de concórdia que ficou para a História como o símbolo da tolerância entre confissões religiosas até então rivais e prontas a destruir-se mutuamente. Visando o «estabelecimento de uma boa paz e tranquilo descanso», nas palavras do próprio monarca, o Édito de Nantes, de facto um conjunto de quatro textos, marca o fim das guerras entre católicos e protestantes que ensanguentaram a França durante três décadas. É a primeira vez que a coexistência de duas religiões é oficializada num mesmo Estado, na Europa. A paz será quebrada por Luís XIV, que em 1685 revoga o Édito da tolerância com o Édito de Fonteinebleau. O Rei Sol proíbe a prática do culto protestante, manda demolir igrejas e escolas do culto, expulsa pastores, torna obrigatório o baptismo de todos os bebés. A imposição do catolicismo gera a revolta dos camisards, reprimida de forma sangrenta, inclusive com a destruição de aldeias inteiras. A repressão leva centenas de milhares de religionários da grande burguesia a abandonar o país, refugiando-se noutras cidades europeias, onde geram riqueza e desenvolvimento cultural, deixando a França mais pobre e mais exposta aos ressentimentos contra o monarca francês.