1360 – Segunda-feira negra

Segundo as Crónicas de Jean Froissart – relato em prosa da Guerra dos Cem Anos –, a «tempestade foi de tal forma violenta, recheada de trovões e granizo, que parecia que estava a chegar o fim do mundo. As pedras de granizo eram de tal modo enormes, o suficiente para matarem homens e animais, e até os mais corajosos estavam assustados».

Eduardo III da Inglaterra e o seu poderoso exército tinham atravessado o Canal da Mancha e invadido França em 1359, reivindicando o trono francês. A 13 de Abril, segunda-feira de Páscoa, os invasores sitiam Chartres após terem saqueado e queimado os subúrbios de Paris. A tempestade de violência inaudita que se abate sobre a acampamento inglês provoca a morte de mais de mil soldados e de cerca de 6000 cavalos, mais baixas do que qualquer batalha anterior da guerra. O rei acredita tratar-se de um castigo de Deus pela devastação provocada pelas suas tropas durante a Quaresma e promete fazer a paz a troco de clemência. A 8 de Maio é assinado o Tratado de Bretigny, pelo qual Eduardo III renuncia ao trono da França mas mantém a soberania sobre a Aquitânia e Calais, enquanto os franceses aceitam pagar um resgate pela libertação do rei João II, o Bom, cativo em Londres. A paz é curta: a guerra recomeça nove anos depois.