2021 – Homem Dragão, um novo primo

Des­co­berto no nor­deste da China e com pelo menos 146 000 anos, um crânio hu­mano quase com­pleto achado em Harbin pode ser a prova de uma nova es­pécie hu­mana, o Homo Longi ou o Homem Dragão, já que apre­senta ca­rac­te­rís­ticas mor­fo­ló­gicas di­fe­rentes das do Homo Sa­piens e do Homo de Ne­an­dertal. A ser assim, a ár­vore ge­ne­a­ló­gica hu­mana terá de ser al­te­rada. En­con­trado nos anos 1930, es­teve es­con­dido num poço du­rante quase um sé­culo. Um es­tudo pu­bli­cado este ano na re­vista The In­no­va­tion lançou o de­bate. Com base na forma e no ta­manho, e na com­pa­ração com ou­tros fós­seis, os es­pe­ci­a­listas de­fendem que o crânio de Harbin está re­la­ci­o­nado com ou­tros fós­seis hu­manos des­con­cer­tantes, do mesmo pe­ríodo, en­con­trados na Ásia, ad­mi­tindo que possa ter li­ga­ções com os ainda mis­te­ri­osos De­ni­so­vanos (ho­mi­ní­nios que ha­bi­taram a Terra entre o Pa­le­o­lí­tico médio e o Pa­le­o­lí­tico su­pe­rior) e que es­teja re­la­ci­o­nado com a nossa es­pécie, talvez até mais do que os Ne­an­der­tais. A questão não é pa­cí­fica entre os ci­en­tistas, mas o achado põe em evi­dência os ema­nha­rados ramos da nossa ár­vore ge­ne­a­ló­gica. Como disse Laura Buck, an­tro­pó­loga bi­o­ló­gica da Li­ver­pool John Mo­ores Uni­ver­sity, «nós es­que­cemos, mesmo como an­tro­pó­logos, que é re­al­mente es­tranho sermos os únicos ho­mi­ní­deos vivos».