O arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu, histórico defensor dos direitos humanos e combatente do regime do apartheid, faleceu no passado dia 26, aos 90 anos. A sua morte foi anunciada pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Desmond Tutu levou uma vida dedicada às esferas cívicas, sociais, religiosas e políticas do seu país, de onde se destaca a defesa intransigente da dignidade humana, independentemente de etnias, condições sociais e de nascimento, religião ou convicções.

O arcebispo ganhou notoriedade, ainda enquanto sacerdote, pela organização de marchas pacíficas contra a segregação racial perpetrada pelo apartheid e pela exigência de sanções internacionais contra o governo sul-africano.

Depois do combate ao apartheid e dos sul-africanos alcançarem a democracia, Desmond Tutu presidiu a Comissão de Verdade e Reconciliação criada com o objectivo de virar a página sobre o ódio racial.

Em 1984, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz.

O Partido Comunista Sul Africano lamentou a morte do arcebispo, lembrando a completa dedicação com que este se entregou, por exemplo, à Comissão de Verdade e Reconciliação, que assumiu um importante papel no processo de transição democrática que ainda está em curso.