Reunidos no dia 11 de Dezembro, em Penacova, os delegados de diversas regiões do País manifestaram preocupação perante a ausência de medidas capazes de melhorar a vida dos agricultores face ao elevado aumento dos custos de produção e à continuidade dos preços baixos na produção. A estes problemas acresce o facto de o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para 2023-2027 não conter medidas benéficas para a Agricultura Familiar.

Agrava-se a dependência
Para a CNA, a concretização do Estatuto da Agricultura Familiar é indispensável para aumentar a produção nacional e reduzir a dependência alimentar do exterior. A demora na concretização plena do Estatuto agrava, a cada dia que passa, a dependência do exterior, põe em causa a segurança alimentar e compromete severamente a soberania alimentar do País. Esta foi uma das conclusões da II Conferência Nacional Estatuto da Agricultura Familiar, promovida pela Confederação no dia 11 de Dezembro, também em Penacova.

«Portugal importa 70 por cento dos alimentos que necessita e a dependência do País em cereais, base da alimentação, é gravíssima», adverte a CNA, esclarecendo que «as políticas de incentivo ao modelo agro-industrial super-intensivo e orientado para a exportação não só não garantem o abastecimento interno e a segurança alimentar, como não dão resposta à necessidade de reduzir a pegada ambiental dos alimentos».