Preocupados e determinados para defender a Efacec

Os problemas urgentes do Grupo Efacec não têm solução e agravam-se, enquanto o Governo mantém a administração, não fiscaliza a forma como são gastas as verbas públicas e insiste na reprivatização.

A nacionalização definitiva é a solução que se impõe

A situação da empresa e as próximas respostas dos trabalhadores são analisadas hoje, em plenário, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte), que promoveu greves parciais, de duas horas, com concentrações no exterior do pólo industrial na Arroteia (São Mamede de Infesta, Matosinhos), a 10 e 30 de Novembro e na quinta-feira da semana passada, dia 9.

Numa resolução aprovada numa destas acções, os trabalhadores afirmaram-se «preocupados», assinalando que «estão em causa mais de dois mil postos de trabalho» e «várias centenas de pequenas e médias empresas que dependem do negócio Efacec».

Receiam que «a Efacec, ao ser reprivatizada, seja entregue a um fundo ou a um grupo económico, correndo o risco de a mesma ser descaracterizada, como aconteceu com outras no passado, de que é exemplo a Sorefame».

Por outro lado, «não vêem o Estado e o Governo a fiscalizar o que se está a passar na Efacec», incluindo a aplicação das verbas conseguidas com garantia pública (70 milhões de euros, no ano passado, e 45 milhões, confirmados na semana passada).

Os trabalhadores «exigem saber para onde foi canalizado» o dinheiro, pois «se estão parados, é porque não foi para compra de matérias-primas», e esperam que o novo empréstimo «seja fiscalizado e seja realmente para comprar matérias-primas, e não seja para dar aumentos a “amigos”, comprar viaturas automóveis e para patrocinar despedimentos».

Na resolução, de 30 de Novembro, que «permanece actual» (como se refere na notícia publicada dia 9 no site da Fiequimetal/CGTP-IN), sindicato e trabalhadores esperam «que esta política de não comprar matéria-prima não seja uma estratégia para descapitalizar a empresa», o que serviria de argumento para a vender por tuta e meia ou até para alegar que não seria viável.

Reafirmando que «querem trabalhar» e que cabe ao Governo (uma vez que o Estado é o maior accionista da Efacec) garantir que isso aconteça, os trabalhadores consideram que «a nacionalização definitiva da Efacec, resolvendo os problemas de tesouraria, garantindo os direitos dos trabalhadores, integrando-a no sector empresarial do Estado e num projecto de desenvolvimento nacional, é a única solução que se impõe».

Foi reafirmada a exigência de demissão da administração, para que não continue «a raposa dentro do galinheiro», uma vez que o Governo não a substituiu, quando passou para o Estado a maioria do capital.

Ora, afirma-se no documento, esta administração já realizou um despedimento colectivo e promoveu despedimentos através de processos disciplinares; pratica discriminação salarial sobre alguns delegados sindicais; colocou 80 por cento do pessoal em lay-off e, ao mesmo tempo, subcontratou empresas externas e exigiu horas extra; recusa acesso à habitual sala de reuniões das comissões sindicais; atrasou-se no pagamento do subsídio de férias (pela primeira vez na história da empresa); alega falta de dinheiro para não fornecer equipamentos de protecção individual e para não comprar matérias-primas, mas persiste nos despedimentos (incluindo de quadros altamente qualificados) e gasta rios de dinheiro em indemnizações e na renovação de frota automóvel.

Na concentração de dia 9, durante o período de greve (das 14 às 16 horas), tomaram a palavra trabalhadores da Efacec e dirigentes sindicais do sector, bem como Isabel Camarinha, Secretária-geral da CGTP-IN. José Pedro Rodrigues, vereador do PCP na CM Matosinhos, saudou a luta e reafirmou solidariedade aos trabalhadores.

 



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