Ameaças ao tráfego ferroviário entre Elvas e Badajoz
Alterações à forma como hoje se processa o tráfego ferroviário entre Elvas e Badajoz (do serviço diário entre Entroncamento e Badajoz), poderão ser impostas já a partir de Janeiro, colocando novas dificuldades à CP, nomeadamente em termos de custos.
Trata-se, segundo informação recentemente publicada, de uma disposição segundo a qual, no itinerário entre a fronteira e a estação de Badajoz, os comboios da CP terão que ser conduzidos por maquinistas possuidores de certificação linguística com o nível B1 do espanhol ou, em alternativa, a condução ser acompanhada por um maquinista do país vizinho.
Uma exigência que, na perspectiva do PCP, é indissociável da opção política de sucessivos governos de produzir legislação e regulamentação em função da liberalização do sector ferroviário. O que, no caso concreto, significou excluir do Contrato de Serviço Público celebrado entre o Estado e a CP o transporte ferroviário internacional.
«O contraste entre as intenções de aposta na coesão territorial, no caminho de ferro, no desenvolvimento do Interior de país e particularmente nas faixas fronteiriças e a realidade das consequências da liberalização que tem vindo a descarrilar nos últimos trinta anos todo o sistema ferroviário nacional, é também agora espelhado no trajecto de meia dúzia de quilómetros entre Elvas e Badajoz», afirmam os deputados comunistas Bruno Dias, António Filipe e João Oliveira na pergunta que dirigiram ao ministro das Infra-estrutura e Habitação, a quem lançam um desafio: «O que vai o Governo fazer para impor o bom-senso e proteger o serviço Entroncamento-Elvas-Badajoz?»