Manet, Van Gogh, Degas, Gau­guin, Tou­louse-Lau­tréc, são al­guns dos muitos ar­tistas oci­den­tais in­flu­en­ci­ados por Kat­sushika Ho­kusai, o pri­meiro ar­tista ja­ponês re­co­nhe­cido in­ter­na­ci­o­nal­mente. Com uma fértil car­reira de sete dé­cadas, não se deixou apri­si­onar numa só iden­ti­dade: nasceu To­ki­taro, mudou de nome de­zenas de vezes, ce­le­brizou-se como Ho­kusai e morreu Gakyo Rojin. Se­gundo as suas pa­la­vras, a vida que de­dicou às artes foi uma apren­di­zagem: «Desde os seis anos de idade que tenho a mania de de­se­nhar as formas dos ob­jectos. Até aos 50 pu­bli­quei uma in­fi­ni­dade de de­se­nhos; mas estou des­con­tente com tudo o que pro­duzi antes dos 70 anos. Foi aos 73 que co­mecei a com­pre­ender mais ou menos a forma e a ver­da­deira na­tu­reza das aves, dos peixes, das plantas, etc. Assim, lá pelos 84 anos terei feito muitos pro­gressos, che­garei ao fundo das coisas; aos 100, terei de­ci­di­da­mente atin­gido um es­tado su­pe­rior, in­de­fi­nível, e aos 110, seja um ponto, seja uma linha, tudo es­tará vivo. Peço aos que vi­verão tanto como eu que vejam se tenho razão. Es­crito aos 75 anos, por mim, ou­trora Ho­kusai, hoje Gakyo Rojin, o velho louco por arte». Morreu aos 89 anos. Da sua vasta obra des­taca-se a série Trinta e seis vistas do Monte Fuji, em que se in­clui a len­dária Grande Onda.