- Nº 2504 (2021/11/25)

Produtores do Baixo Mondego com elevados prejuízos

Nacional

A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) enviou uma exposição à ministra da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e ao ministro do Ambiente e da Acção Climática, onde expõe os problemas que os produtores de arroz e de milho do Baixo Mondego enfrentam, reclamando medidas.

A missiva começa por alertar para a «notória» falta de água para a cultura do arroz no Baixo Mondego, principalmente no Vale do Pranto e do Arunca. A este problema somou-se a dificuldade do controlo de pragas, infestantes e doenças.

«O resultado foi de que no Baixo Mondego, de uma média de seis toneladas/hectare até há 5/6 anos, passou-se para um rendimento máximo de cinco toneladas/hectares, pondo em causa a sobrevivência do sector», adianta a ADACO. A somar a tudo isto, neste ano de 2021, nos dois meses principais da maturação do arroz (Julho e Agosto) as temperaturas máximas abaixo do normal para a época do ano, originaram fraca maturação do arroz, tendo como consequência no Baixo Mondego uma colheita com perda na produção média entre os 25 e os 30 por cento.

Também os produtores de milho foram bastante afectados com o mau tempo verificado nos dias 13, 14 e 15 de Setembro deste ano. Embora a melhoria das condições climáticas na primeira quinzena de Novembro tenha «levado à recuperação de alguma produção na área afectada», explica a associação, «há ainda muitos produtores com grandes prejuízos».

Medidas necessárias
Perante este cenário, a ADACO reclama a tomada de medidas por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e da Associação de Beneficiários do Baixo Mondego, no sentido de um abastecimento suficiente de água aos orizicultores (principalmente do Vale do Pranto e do Arunca), para que possam fazer a sua cultura sem sobressaltos pela falta de água.

De forma a mitigar o efeito do aumento brutal dos custos com a energia, os agricultores consideram importante, por um lado, aumentar o desconto previsto no gasóleo agrícola e, por outro, regulamentar e aplicar a medida decidida pela Assembleia da República, dedicada à comparticipação dos custos com a electricidade.

Proceder ao reforço do pagamento ligado ao arroz; interromper o processo de uniformização dos pagamentos dos direitos do Regime de Pagamento Único (aplicar apenas em 2026), que leva a uma redução muito grande do valor das ajudas no sector do arroz; ajuda às produções de milho e restantes cereais, que apoie todos os produtores, independentemente da produtividade das suas terras, são outras das propostas da ADACO.