1903 – Nasce Candido Portinari

Filho de imi­grantes ita­li­anos po­bres, o se­gundo de 12 ir­mãos, Can­dido Por­ti­nari nasceu em Bro­dósqui, São Paulo, e cedo re­vela ap­tidão para a pin­tura. Es­tuda no Liceu de Artes e Ofí­cios e na Es­cola Na­ci­onal de Belas Artes, no Rio de Ja­neiro, onde expõe pela pri­meira vez em 1922. Seis anos de­pois con­quista o Prémio de Vi­agem à Eu­ropa. No re­gresso ao Brasil, Por­ti­nari con­vive com a elite in­te­lec­tual do país, toma par­tido. Da vasta obra do pintor des­taca-se a de­co­ração da Igreja da Pam­pulha, em Belo Ho­ri­zonte, pro­jec­tada por Oscar Ni­e­meyer, com o São Fran­cisco e as 14 cenas da Via Sacra, que du­rante anos a Igreja se re­cusa a con­sa­grar por ale­gadas ob­jec­ções es­té­ticas. Do mesmo pe­ríodo é a série Re­ti­rantes (1944), re­pre­sen­tação do drama dos fla­ge­lados da seca, seres mi­se­rá­veis que atra­vessam o país a pé à pro­cura de qual­quer forma de sub­sis­tência. Mas o «mais uni­versal, o mais pro­fundo, também, no seu ma­jes­toso diá­logo entre o trá­gico e o lí­rico, entre a fúria e a ter­nura, entre o drama e a po­esia», nas pa­la­vras de João Can­dido, filho do ar­tista, são os pai­néis Guerra e Paz feitos para a sede da ONU. A obra, pre­miada pela So­lomon Gug­ge­nheim Foun­da­tion, foi inau­gu­rada sem a pre­sença de Por­ti­nari, im­pe­dido de en­trar nos EUA pelas suas sim­pa­tias co­mu­nistas.