«(…) Fizemos este debate do Orçamento da mesma forma e com os mesmos objectivos com que durante os últimos meses o discutimos com o Governo.
Conhecemos as dificuldades que o País atravessa, conhecemos as dificuldades do nosso povo e os problemas que enfrenta no dia-a-dia e sabemos que há soluções e possibilidades de as concretizar, houvesse vontade política para isso.
É pela resposta global aos problemas nacionais que nos batemos e foi em função das soluções para a alcançar que interviemos decididamente.
Recusámos e recusaremos substituir esse debate por um guião de passa culpas para ver quem é mais ou menos responsável pelo desfecho da votação deste Orçamento. Isso pode até render um bom guião para as disputas eleitorais em 2023 mas não é isso que resolve os problemas do povo e do País.
Na luta pelo aumento geral dos salários e pela revogação da caducidade da contratação colectiva, na luta pelo reforço e em defesa do SNS e de outros serviços públicos, na luta pelo aumento das pensões e pelas creches gratuitas, pelo direito à habitação, por mais justiça fiscal, pelo controlo público de empresas e sectores estratégicos, pela dinamização da nossa economia e pelo apoio às MPME e em tantas outras matérias, batemo-nos por essas soluções tão necessárias quanto possíveis e inadiáveis.
Sim, soluções necessárias, possíveis e inadiáveis.
E mesmo aqueles que duvidassem da sua possibilidade têm hoje clara a ideia de que, no momento em que tantos milhões são anunciados,o País dispõe de condições que lhe permitem concretizar as soluções de que necessita.
Ao longo da discussão nos últimos meses não ficámos fixados a reivindicar o tudo ou nada, o tudo já ou nunca mais. Fizemos até ao limite das nossas possibilidades um esforço sério para que se encontrassem soluções capazes de serem concretizadas e produzirem efeitos na resolução dos problemas a que cada uma delas se dirigia. (…)
Continuaremos a colocar na primeira linha de prioridade a política alternativa que defendemos com as soluções concretas que dão resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo.
Continuaremos do lado certo da luta, ao lado dos trabalhadores e do povo porque é com eles e com a defesa dos seus direitos e interesses o nosso primeiro e principal compromisso.»
João Oliveira no encerramento do debate do OE