Uma questão que, na luta em torno do OE de 2022, tem assumido peso mediático crescente é a do «perigo» que a direita representa se uma não aprovação da proposta de OE do PS for transformada pelo PR Sousa em crise política, com dissolução da AR e eleições. Na narrativa do «perigo» há quem fique pelo anticomunismo - Boaventura S. Santos preconiza que da putativa crise resulte que o PCP «desapareça a curto ou médio prazo» - mas os mandantes desta «campanha negra» da política de direita procuram também instigar a resignação dos trabalhadores e do povo ao OE dito «de esquerda», mas que mantém as injustiças e não responde aos problemas nacionais, e fazem-no agora, quando há condições e é tempo de abrir caminho a respostas nos salários, pensões, direitos laborais e sociais, SNS, desenvolvimento.
O perigo (sem aspas) da direita não é de agora, chegou há muito pela mão dos governos PSD/CDS e PS. É utilizado à exaustão porque o PCP, em coerência com a opção de servir os interesses dos trabalhadores e do povo, propõe uma resposta global e inadiável, no OE 2022 e noutras matérias relevantes, para travar o agravamento da situação. O perigo da direita medra nos problemas que o OE e este governo não resolvem, alimentando a política de direita, o PSD, CDS e sucedâneos. O combate à direita não é um momento, é um processo, faz-se com a resposta aos problemas que o PCP propõe há muito e o PS recusa. O País não pode continuar com a caducidade da contratação colectiva, que cria baixos salários e exploração (e que nem sequer traz despesa ao OE).
Os que deliram com a perspectiva de amedrontar e liquidar o PCP, nesta curva apertada da vida nacional, estão condenados ao mesmo desgosto de todos os reaccionários que «já eram». A direita dos interesses e os seus executantes têm, eles sim, razão para temer o contrário - o perigo que a luta deste Partido, dos democratas e patriotas, dos trabalhadores e do povo, representam para pôr fim à exploração e opressão.
É esta luta que aqui está e estará todos os dias, em todas as circunstâncias, como nos 100 anos de história do PCP, com confiança e determinação, e que acabará por fazer prevalecer a razão e as propostas justas que nos assistem, por um caminho alternativo, por um Portugal com futuro.