1450 – Assassínio de Agnès Sorel
Repete-se o tema publicado na edição anterior já que o texto saiu truncado, pelo que pedimos desculpa.
O mistério da morte da primeira amante real oficialmente reconhecida em França, que há 550 anos intrigava os historiadores, foi resolvido em 2005 por uma equipa de mais de duas dezenas de cientistas que exumaram os restos mortais de Agnès Sorel guardados na igreja de Saint-Ours, em Loches: a mulher considerada à época a mais bela e influente do país morreu devido à ingestão de elevada dose de mercúrio. A probabilidade de envenenamento deliberado é a que reúne mais consenso, já que as análises revelaram a presença de uma quantidade da substância dez mil vezes superior à dosagem médica normal usada para tratar infecções. Descartada a possibilidade de erro médico tão grosseiro, resta saber quem foi o assassínio. Na altura, a causa oficial da morte da favorita foi uma disenteria, ocorrida após dar à luz o seu quarto filho, que não sobreviveu, com Carlos VII. Mas o boato de que tinha sido assassinada logo se espalhou, com os dedos apontando para o delfim, o futuro Luís XI. Agnès Sorel foi imortalizada por Jean Fouquet no extraordinário quadro ‘A Virgem e o Menino’, que ao contrário do que se disse no último número, como nos elucidou um leitor, não está no Museu Real das Belas Artes mas sim em exposição, até 9 de Janeiro de 2022, no museu Mayer van de Bergh, em Antuérpia.