- Nº 2493 (2021/09/9)
Cidade da Juventude

Descontracção, alegria e confiança no futuro

Festa do Avante!

A Festa do Avante! tinha aberto há poucos minutos quando um jovem estudante se decidiu inscrever na JCP. Terá sido o primeiro de muitas dezenas dos que, vendo aquela obra colectiva e conhecendo as propostas e o projecto da JCP e do PCP, tomaram nas suas mãos os destinos das suas vidas.

A Cidade da Juventude primou pela presença de diversos jovens artistas, sendo de destacar, na sexta-feira, a declamação de poesia por parte de Carmen Granja, com poemas de A Garota Não, Maria Teresa Horta, Mário Castrim, Ary dos Santos e Pablo Neruda.

Pouco depois, seguiu-se Xavier Gomes com um concerto de trompete com loopstation, que trouxe ânimo e alegria àquele espaço.

Já no sábado, Miguel Araújo, com a sua guitarra e a sua voz, brindou os presentes com músicas de intervenção de Sérgio Godinho e Zeca Afonso. Houve ainda uma exposição fotográfica de Afonso Pescada sobre A Cultura em Teletrabalho, onde os exemplos reais das dificuldades de jovens do sector denunciavam a situação negra em que se encontra a cultura.

A Cidade da Juventude encerrou no domingo com uma actuação do DJ Le Cirque du Freak, que voltou a marcar presença na Festa com as suas batidas que fizeram levantar poeira.

 

 

O Partido da Juventude

A exposição política centrou-se no Centenário do Partido que, sendo centenário, é o mais jovem partido português, «porque desde sempre teve uma profunda identificação com os sonhos e aspirações juvenis», lia-se, depois de diversas conquistas alcançadas por proposta e iniciativa do Partido ao longo de toda a sua história de resistência, organização e luta.

O 12.º Congresso da JCP, realizado recentemente sob o lema Mil lutas no caminho de Abril, teve também espaço na Cidade, nomeadamente com a inclusão de diversos trechos da resolução política aprovada, sobre temas como o ambiente, o desporto e a cultura e outras propostas da JCP e do PCP para a resolução dos problemas com que a juventude se depara.

 

 

Discussão colectiva

Realizaram-se seis debates na Cidade da Juventude, com testemunhos ricos sobre a realidade e a experiência vivida pelos jovens no nosso País e no mundo.

No debate É só blá blá blá e o trabalho com direitos não há, ouviu-se testemunhos sobre o aumento da precariedade em empresas como a Altice ou dos baixos rendimentos dos trabalhadores da Glovo e da Uber. Dali concluiu-se da necessidade da luta organizada e consequente para superar estes e outros problemas que os jovens encontram nos seus locais de trabalho.

Com a participação de Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central do Partido, realizou-se o debate O Futuro Tem Partido, onde se evidenciou a capacidade do PCP de manter a sua natureza e os seus princípios e de adoptar, ao mesmo tempo, linhas de trabalho adequadas e avançadas para o momento histórico vivido, de que é exemplo a questão da Interrupção Voluntária da Gravidez, entre outros.

Artiz Rodriguez, presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), foi um dos participantes no debate Solidariedade internacionalista na construção de um mundo melhor, enquadrado numa reunião realizada recentemente em Lisboa onde se concluiu a necessidade do reforço do carácter unitário e anti-imperialista da FMJD.

 

Com as eleições autárquicas a escassos dias, realizou-se o debate Uma terra para poder viver, com a presença de diversos candidatos jovens da CDU que se afirmaram como «os rostos de um projecto vasto». Um espaço para aprofundar o esclarecimento sobre o projecto da CDU para as autarquias. A dinâmica própria e única da Juventude CDU, de contacto com a realidade local e de apresentação de propostas e soluções, tem permitido a aproximação de mais jovens a este projecto autárquico.

Realizou-se ainda o debate O labirinto dos exames nacionais, onde se abordou a problemática daquela autêntica barreira social que evidencia desigualdades e que barra o acesso ao ensino superior a muitos jovens. Sendo necessário substituir este tipo de avaliação por outro, mais democrático e justo.

As questões ambientais também fizeram parte da discussão colectiva, no debate #O Capitalismo não é verde, onde se concluiu que um sistema baseado no individualismo, no consumismo e no lucro não pode dar respostas a esta problemática. Daqui resulta a necessidade de desenvolver a luta organizada para uma acção colectiva que dê resposta a estas questões e que também é parte integrante da luta pelo sistema alternativo, o socialismo e o comunismo.


Diogo Correia