A direcção do jornal Público decidiu informar os seus leitores que a partir do dia 1 de Setembro, dando «cumprimento a uma das suas regras de ouro», «suspende a colaboração dos seus colunistas» que são ou candidatos autárquicos ou que «tenham cargos partidários que, naturalmente, comprometam a sua isenção». O Público informou também, que vai mais longe do que o que a própria legislação exige, a suspensão dessas colaborações apenas durante o período oficial de campanha – 12 dias -, tudo isso para garantir «a igualdade de tratamento aos principais candidatos e partidos» e evitar que as páginas do jornal «se transformem em arenas de propaganda eleitoral pura e dura».
Perante tão sábia e corajosa decisão é nosso dever agradecer ao Público. E agradecer também ao Grupo SONAE (proprietário do jornal) pelo seu zelo pelos valores democráticos e pelos princípios do pluralismo na comunicação social. Daqui em diante e até dia 26 de Setembro, não temos a menor dúvida de que estarão garantidas todas as condições para, como diz o próprio jornal, assegurar o «equilíbrio da cobertura jornalística previsto na lei».
Quem conhece o Público, jornal tido como de referência no nosso País, sabe do seu insuspeito posicionamento quanto ao País e o mundo. Conhece o seu empenhamento ao lado dos «aliados da Nato e da UE» nas múltiplas agressões – militares e económicas – com que o imperialismo espalha a liberdade e a democracia no mundo. Conhece o seu afinco, tantas vezes como porta-voz, dos interesses «das empresas» e dos seus accionistas perante o atrevimento de alguns que lutam irresponsavelmente por melhores salários e direitos. Conhece o seu deslumbramento perante a crescente vaga reaccionária e as velhas/novas forças políticas que lhe dão expressão.
No dia 27 de de Setembro, os ditos colunistas entretanto suspensos, regressarão à sua colaboração com o jornal. Regressarão os colunistas do PS, do PSD, do CDS, do BE e outros. Mas não regressará nenhum colunista que seja membro do Partido Ecologista os Verdes e muito menos comunista. A estes, o Público, já há muito decidiu que não fazem parte da sua carteira de colunistas. Essa sim, uma verdadeira «regra de ouro»!!!