As opções do Governo traduzidas em medidas e posições de submissão às imposições da UE, do euro e do domínio do grande capital contribuem para avolumar os problemas estruturais que estamos a viver, em resultado de décadas de política de direita da responsabilidade do PS, PSD e CDS.

É no âmbito desta política e tomando como pretexto a epidemia, que o grande capital promove despedimentos colectivos, falências, precariedade, desregulação de horários, ao mesmo tempo que se prepara e posiciona para arrecadar volumosos recursos públicos, com os olhos postos no PRR.

Por sua vez, vão-se agravando os problemas na área da saúde, por falta de reforço do SNS em profissionais, nomeadamente médicos, e das unidades públicas de saúde com os equipamentos que respondam a todas as necessidades (utentes em lista de espera, cirurgias e exames adiados, combate à epidemia COVID-19). Aproveitando-sedesses problemas e manipulando a justa insatisfação das populações por eles gerada, os grupos económicos da saúde atacam o SNS e posicionam-se para prestar esses serviços.

São igualmente preocupantes os problemas e incertezas na área da educação a menos de um mês do início do ano lectivo, com menos cerca de 3 mil professores e milhares de outros técnicos e assistentes operacionais esem que estejam a ser acauteladas medidas para recuperar de um período longo com aulas à distância. Por outro lado, assiste-se ao desinvestimento público e ao crescente abandono do aparelho produtivo e à substituição da produção nacional por importações.

São, de facto, problemas que não encontram resposta nas opções do Governo nem tão pouco no projecto de retrocesso social do PSD e CDS e dos seus sucedâneos do Chega e Iniciativa Liberal.

É neste quadro que se mostra relevante a intervenção do PCP na defesa dos direitos e, sobretudo, na intensa acção que desenvolve pela ruptura com a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda apostada na valorização do trabalho e dos trabalhadores, na reconstrução do aparelho produtivo, na valorização da produção nacional e no investimento público.

O PCP valoriza e estimula a luta dos trabalhadores em torno da sua acção reivindicativa, pelo aumento geral dos salários (incluindo os salários dos trabalhadores da Administração Pública), pelo aumento do SMN, pelo incremento do investimento público e pelo aumento geral das reformas.

Na área da saúde, a solução não passa por dar como alternativa aos utentes em lista de espera, a prestação de cuidados nas unidades dos grupos económicos da saúde, mas por garantir no SNS o reforço de profissionais, com valorização das carreiras e dos salários e dotar as unidades do SNS com os equipamentos em falta.

Tal como a solução para o combate eficaz à COVID-19 passa por acelerar o processo de vacinação e não na insistência em opções sustentadas em linhas vermelhas e matrizes de risco, que apenas têm servido para justificar o confinamento.

Quanto ao PRR, é fundamental que os fundos sejam aplicados numa política integrada que vise o desenvolvimento geral do País e de cada uma das suas regiões, que contribua para a reconstrução do aparelho produtivo nacional e a criação de emprego, que permita diminuir a nossa dependência externa, dar outra dimensão ao investimento público, pondo fim a anos de restrições e satisfazer as necessidades das populações, melhorando os serviços púbicos.

É também neste quadro de resposta aos problemas das populações e voltado para o desenvolvimento do País que se inscreve a batalha política das eleições autárquicas de 26 de Setembro, que coloca como tarefa central o reforço eleitoral da CDU. É nesta acção de afirmação da CDU que se inserem as múltiplas iniciativas, nos últimos dias, com a participação do Secretário-geral do PCP, nomeadamente no Tramagal (Abrantes), Torres Novas, Espinho, Coimbra, Beja, Valongo, Matosinhos, Lisboa e Loures e as muitas outras acções da CDU pelo País, travando a batalha do esclarecimento no contacto directo com as populações.

Integrada nesta acção geral decorre a preparação da Festa do Avante!, a uma semana do seu início. Uma semana que requer um redobrado esforço final num diversificado conjunto de tarefas de divulgação, venda da EP, construção e mobilização para as diversas áreas do seu funcionamento.

Como sempre, tudo será feito para garantir o clima de tranquilidade e protecção sanitária para que os seus milhares de visitantes possam desfrutar, com alegria, da cultura e da vida que a Festa proporcionará, com grande confiança no futuro.

O PCP e a CDU têm soluções para os problemas locais e nacionais e o seu compromisso é com os trabalhadores, o povo e o País. É esse compromisso que norteará a sua acção, por mais exigentes que sejam as tarefas.