Ano 870 – Codex Aureus de St. Emmeram
Escrito pelos monges Liuthard e Beringer por ordem do Sacro Imperador Romano Carlos II, o Calvo, o Codex Aureus é um dos mais sumptuosos manuscritos medievais ingleses, dos poucos que sobreviveram desse período: reproduz os evangelhos em latim, escritos totalmente em ouro, e apresenta uma encadernação que é uma verdadeira obra-prima, decorada com pedras preciosas e pérolas e figuras repoussé em ouro (do francês pousse, «empurrar para a frente», técnica de tratamento de metal a partir do interior para criar uma imagem em baixo-relevo). O Codex foi oferecido a Arnulfo da Caríntia, imperador do Sacro Império Romano Germânico, que depois o doou à Abadia de São Emmeram, em Regensburg, no Sul da Alemanha, de onde decorre o nome com que ficou conhecido. Uma inscrição do séc. IX dá conta de que o Codex foi levado por Vikings durante uma invasão, mas que foi restituído à Catedral da Igreja de Cristo em Canterbury um século depois. Não se conhece a sua história pós medieval, e só volta a ser sinalizado no séc. XVII, quando Johan Gabriel Sparwenfeld, linguista e filólogo sueco, o resgata em Madrid da biblioteca de Gaspar de Haro e o doa à Biblioteca Nacional da Suécia. Actualmente o Codex Aureus está preservado na Biblioteca Estadual da Baviera, em Munique.