Portugal perdeu Olga Prats
A pianista e professora Olga Prats faleceu a 30 de Julho, com 82 anos, vítima de doença oncológica.
O PCP, numa nota de condolências publicada nesse dia, destacou Olga Prats como figura de referência na música de câmara em Portugal e lembrou que foi colaboradora de Fernando Lopes-Graça, «com quem manteve profunda relação de amizade, tendo gravado grande parte da sua obra pianística e as primeiras edições discográficas das “Canções Heróicas”», e que «participou, entre outros momentos, no concerto de homenagem ao compositor, pelo seu centenário, realizado em 2006, na Festa do Avante! [na foto de José Frade, um momento dessa actuação], repetindo nesse ano a sua presença ocorrida na primeira edição da Festa, em 1976».
«Antes da Revolução de Abril de 1974, as casas do casal Olga Prats e João Delgado Simões serviram de ponto de apoio a funcionários clandestinos e de local para a realização de várias reuniões de antifascistas», assinalou, por seu turno, a URAP.
Maria Olga Douwens Prats nasceu a 4 de Novembro de 1938, em Lisboa, e aqui deu o seu primeiro concerto, aos 14 anos. Começou a tocar piano com a mãe, aos 5 anos. Fez o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional eprosseguiu os estudos na Alemanha e na Suíça. Leccionou no Conservatório e na Escola Superior de Música de Lisboa, até à reforma, em 2008.
Foi a primeira pianista a tocar e a gravar Astor Piazzola, em Portugal, e a divulgar o fado ao piano.
Foi colaboradora próxima de Constança Capdeville e António Victorino d' Almeida, entre outros compositores. Foi fundadora do Opus Ensemble (1980), um dos mais prestigiados grupos musicais portugueses, e esteve igualmente na origem do grupo experimental de teatro musical contemporâneo Colectiva (1975), entre outros projectos. Olga Prats teve inúmeras participações nas mais prestigiadas orquestras nacionais e estrangeiras.