Organizações regionais assinalam Centenário do PCP e projecto da CDU

Nos dias 3, 4 e 5 de Se­tembro, os es­paços das or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais do Par­tido voltam a abrir portas aos vi­si­tantes da Festa do Avante!, tra­zendo con­sigo a gas­tro­nomia, as tra­di­ções, o ar­te­sa­nato, a cul­tura e as lutas de todas as re­giões do País.
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as não só! Em ex­po­si­ções e de­bates é dado um des­taque es­pe­cial ao cen­te­nário do Par­tido e, em ano de elei­ções au­tár­quicas, que se re­a­lizam no dia 26 de Se­tembro, à in­ter­venção, ao tra­balho e à obra re­a­li­zada pela CDU.

O PCP co­me­mora o cen­te­nário com os olhos postos no fu­turo

No Pa­vi­lhão dos Açores os vi­si­tantes terão acesso ao tra­di­ci­onal ananás, ao bolo lê­vedo, ao chá da Gor­reana, à pi­menta da terra, aos vi­nhos e li­cores re­gi­o­nais, à do­çaria e aos vá­rios queijos de quase todas as ilhas do ar­qui­pé­lago.Sem es­quecer as­pró­ximas elei­ções, em ex­po­sição es­tarão os temas «Ga­rantir a de­fesa da pro­dução na­ci­onal e re­gi­onal», no­me­a­da­mente na agri­cul­tura, nas pescas e no sector con­ser­veiro, e «Os 100 anos do Par­tido».

O Alen­tejo pro­mete ani­mação sem parar, aliada ao ar­te­sa­nato, aos vi­nhos e à gas­tro­nomia. Na ex­po­sição po­lí­tica será abor­dado o pro­jecto au­tár­quico do Par­tido, va­lo­ri­zando o tra­balho e a obra da CDU. Re­alce ainda para o papel do PCP nas lutas pas­sadas e pre­sentes na re­gião. Também não serão es­que­cidas as can­di­da­turas de Évora a Ca­pital Eu­ro­peia da Cul­tura e do Vinho da Talha a Pa­tri­mónio Ima­te­rial da Hu­ma­ni­dade.

OAl­garveserá ponto de en­contro de muitos que ali vão tomar con­tacto com a in­ter­venção, acção e pro­postas do PCP na re­gião, bem como com as lutas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções. Mo­mentos de de­bate, so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista e ani­mação são ou­tros mo­tivos de in­te­resse, assim como os tra­di­ci­o­nais e re­co­nhe­cidos pro­dutos re­gi­o­nais, da do­çaria ao ma­risco, pas­sando pelo ar­te­sa­nato.

Com uma zona de es­pla­nada alar­gada, no es­paço de Aveiro a oferta gas­tro­nó­mica de todo o dis­trito, com a sua fa­mosa do­çaria e leitão da Bair­rada, é razão mais do que su­fi­ci­ente para uma vi­sita.

Braga tem como tema «O têxtil tem fu­turo, luta e pro­gresso», es­tando pa­tente um ele­mento com ima­gens e as­pectos da luta do têxtil no dis­trito. Em re­alce es­tará o cen­te­nário de Vítor Sá, «uma vida de acção cí­vica, po­lí­tica e cul­tural» e do PCP. Nesta edição, Braga re­força a pre­sença do ar­te­sa­nato no seu pa­vi­lhão, con­tando com peças ex­clu­sivas dos oleiros Ir­mãos Mis­tério, Ir­mãos Ba­raça, Con­ceição Sa­pa­teira, Ma­nuel Ma­cedo, An­tónio Ra­malho, João Fer­reira, João So­ares, Lau­rinda Pias, Carlos Dias, Irene Sal­gueiro e Telmo Ma­cedo.

Nos es­paços das or­ga­ni­za­ções de Cas­telo Branco e Guarda os vi­si­tantes po­derão co­nhecer o pa­tri­mónio de luta destas duas re­giões da Beira In­te­rior. As elei­çõe­sau­tár­quicas de Se­tembro; a ne­ces­si­dade de re­po­sição dos ser­viços de trans­portes pú­blicos; os 100 anos do Par­tido, serão temas pre­sentes.

A Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Coimbra, além de afirmar o pro­jecto au­tár­quico da CDU, evoca as lutas cam­po­nesas no dis­trito ao longo dos 100 anos de his­tória do Par­tido, dá a co­nhecer as lutas dos tra­ba­lha­dores e a in­ter­venção do PCP num ano de fortes res­tri­ções. No local po­derão ser ad­qui­ridas latas de con­servas (de sar­dinha com to­mate) evo­ca­tivas do cen­te­nário do PCP. A gas­tro­nomia e a do­çaria re­gi­onal são ou­tros dos atrac­tivos.

«Leiria – 100 anos de lutas que con­ti­nuam» é o tema da de­co­ração do pa­vi­lhão de Leiria, onde se fará a li­gação entre a his­tória da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo do dis­trito com os 100 anos de vida e de luta do Par­tido, pro­jec­tando no fu­turo a sua con­ti­nui­dade. Um de­bate in­ti­tu­lado «A luta dos tra­ba­lha­dores, pas­sado, pre­sente e fu­turo» terá ali lugar.

Em Lisboao vi­si­tante en­con­trará o Al­far­ra­bista, a Feira da Ladra, o Pa­vi­lhão do Co­lec­ci­o­nador e o Sai-Sempre. Também aqui serão as­si­na­lados os 100 anos do PCP e dadas a co­nhecer as lutas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, para além das pro­postas dos co­mu­nistas para o dis­trito, no­me­a­da­mente no âm­bito do Poder Local. «CDU na Área Me­tro­po­li­tana de Lisboa, in­ter­venção e com­pro­misso», «“Elas es­ti­veram nas pri­sões do fas­cismo” – Um livro que é obri­ga­tório co­nhecer», «Até quando o risco de um ae­ro­porto dentro de Lisboa?» e «Por um novo ae­ro­porto no Campo de Tiro de Al­co­chete ao ser­viço do País», são de­bates já anun­ci­ados. O fado volta a marcar pre­sença, todas as noites, a partir das 20 horas.

A Or­ga­ni­zação Re­gi­onal da Ma­deira apre­senta uma ex­po­sição in­ti­tu­lada «Anjos Tei­xeira, uma obra mi­li­tante». Per­se­guido pela PIDE, Pero Anjos Tei­xeira, mi­li­tante do PCP, nunca ga­nhou um único con­curso de es­cul­tura, razão pela qual, em 1959, de­cidiu «auto-exilar-se» no Fun­chal, onde exerceu ac­ti­vi­dades di­versas: do­cente, es­cultor, mú­sico, jor­na­lista, entre ou­tras. Re­gressou a Sintra em 1980, onde veio a fa­lecer, dei­xando um le­gado de mais de 900 tra­ba­lhos.

Na 13.ª As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto foi apro­vado um Plano de De­sen­vol­vi­mento que re­clama a Re­gi­o­na­li­zação e se afirma a ur­gente ne­ces­si­dade de pro­duzir mais, cri­ando em­prego; ele­vando os ren­di­mentos e a qua­li­dade de vida da po­pu­lação; de­sen­vol­vendo eco­no­mi­ca­mente a re­gião e o País. É este o mote da ex­po­sição po­lí­tica no es­paço do Porto, que sa­li­enta os prin­ci­pais sec­tores es­tra­té­gicos que devem ser es­ti­mu­lados e re­vi­ta­li­zados. Também não fal­tará a gas­tro­nomia e ou­tras tra­di­ções lo­cais, como as fi­li­granas, os têx­teis, as mantas e os couros da re­gião.

San­tarém dá conta das mais re­centes e sig­ni­fi­ca­tivas ac­ções de luta dos tra­ba­lha­dores do dis­trito, bem como da ne­ces­si­dade de in­ves­ti­mento nas infra-es­tru­turas ne­ces­sá­rias ao de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial desta re­gião, desde logo com a aposta na va­lo­ri­zação do tra­balho e da pro­dução na­ci­onal.

O es­paço de Se­túbal dá vi­si­bi­li­dade às pro­postas do Par­tido para um leque muito alar­gado de ques­tões que afectam os que vivem e tra­ba­lham na re­gião, como seja o novo ae­ro­porto, o fim das par­ce­rias pú­blico-pri­vadas entre o Es­tado e a Fer­tagus ou o MST, a de­fesa de um me­lhor ser­viço postal, a cons­trução do Hos­pital do Seixal e do Mon­tijo-Al­co­chete, o re­forço do in­ves­ti­mento, em equi­pa­mentos e pes­soal, em áreas como a Saúde e a Edu­cação. O de­bate «Pro­dução e de­sen­vol­vi­mento na Pe­nín­sula de Se­túbal» e uma con­versa com can­di­datos da CDU na Pe­nín­sula de Se­túbal vão mo­tivar o in­te­resse dos vi­si­tantes.

Viana do Cas­telo dá a co­nhecer a luta tra­vada nos úl­timos tempos pelo re­gresso da gestão de redes de água em baixa e de sa­ne­a­mento aos mu­ni­cí­pios da re­gião face ao agra­va­mento do valor das ta­rifas.

Também Viseu va­lo­ri­zará a in­ter­venção do Par­tido na re­gião, a luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções e a ba­talha das elei­ções au­tár­quicas.

Já em Vila Real po­derá en­con­trar-se uma de­co­ração alu­siva a Bento Gon­çalves e Mi­litão Ri­beiro, di­ri­gentes his­tó­ricos do Par­tido. Pa­tente es­tarão duas ex­po­si­ções: sobre os can­di­datos da CDU no dis­trito e a vida de Bento Gon­çalves.

 

Pa­vi­lhão da Emi­gração, Imi­gração e Mulheres

O Pa­vi­lhão da Emi­gração de­dica a sua ex­po­sição aos úl­timos 100 anos da emi­gração por­tu­guesa e à in­ter­venção do PCP junto das co­mu­ni­dades por­tu­guesas na diás­pora. Este é um es­paço ha­bi­tual de en­con­tros, re­en­con­tros e con­vívio, não só para o comum vi­si­tante, mas so­bre­tudo para os que vivem e tra­ba­lham no es­tran­geiro.

Para lá dos pe­tiscos tra­di­ci­o­nais, nesta edição e pela pri­meira vez, os vi­si­tantes podem sa­bo­rear uma das mais po­pu­lares es­pe­ci­a­li­dades da do­çaria tra­di­ci­onal: o pastel de nata, quen­tinho e aca­bado de fazer, que pode ser acom­pa­nhado com o ver­da­deiro cham­panhe francês.

So­li­da­ri­e­dade
A so­li­da­ri­e­dade entre tra­ba­lha­dores de todas as na­ci­o­na­li­dades, unidos contra a ex­plo­ração, o ra­cismo e a xe­no­fobia está, uma vez mais, pre­sente no Pa­vi­lhão dos Imi­grantes. Ali os vi­si­tantes podem sa­bo­rear a tra­di­ci­onal ca­chupa rica, os pas­téis de milho entre ou­tras igua­rias, acom­pa­nhadas das tra­di­ci­o­nais be­bidas. Es­tará também pa­tente uma ex­po­sição que, re­flec­tindo as­pectos do cen­te­nário do PCP, abor­dará a luta em de­fesa dos di­reitos dos imi­grantes e as pro­postas do Par­tido para a imi­gração. O es­paço aco­lherá ainda um de­bate sobre as ques­tões dos imi­grantes.

Igual­dade
O Pa­vi­lhão da Mu­lher as­si­na­lará o per­curso de acção e a luta do PCP pela eman­ci­pação da mu­lher, e a sua tra­dução no mo­mento pre­sente na luta pela exi­gência de uma nova po­lí­tica que con­cre­tize a igual­dade no tra­balho e na vida e cumpra os di­reitos das mu­lheres.

A va­lo­ri­zação da par­ti­ci­pação e dos di­reitos das mu­lheres e o valor da sua luta es­tarão pre­sentes na pro­jecção de ví­deos, num mo­mento de po­esia e nos temas em de­bate: «Igual­dade no tra­balho e na vida – os ca­mi­nhos ne­ces­sá­rios» e à con­versa com a As­so­ci­ação para o De­sen­vol­vi­mento das Mu­lheres Ci­ganas e a União de Re­sis­tentes An­ti­fas­cistas Por­tu­gueses, a pro­pó­sito do livro «Elas es­ti­veram nas pri­sões».



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Na Festa, a sua par­ti­ci­pação é uma es­treia e a sua mú­sica é, si­mul­ta­ne­a­mente, uma no­vi­dade. Chama-se Vi­olet, nome fir­mado na mú­sica elec­tró­nica. Ao palco le­vará ma­te­riais do seu mais re­cente EP mas também novas cri­a­ções em ges­tação. É com en­tu­si­asmo que nos fala desta mú­sica sur­gida como ex­pressão cul­tural de re­sis­tência de co­mu­ni­dades mar­gi­na­li­zadas. Sa­tis­fação em tudo igual à forma como en­cara esta sua pri­meira ac­tu­ação na Festa do Avante!, ela que foi a única ar­tista por­tu­guesa – com o seu nome pró­prio, Inês Borges Cou­tinho - a subs­crever um do­cu­mento in­ter­na­ci­onal de so­li­da­ri­e­dade com a Pa­les­tina.