Nacionalizar a Groundforce é a opção que se impõe

O Go­verno tem todos os ins­tru­mentos para re­solver de ime­diato a si­tu­ação na SPdH/​Ground­force, «li­ber­tando-a da chan­tagem do ac­ci­o­nista pri­vado que tenta salvar-se à custa dos tra­ba­lha­dores, da TAP e da eco­nomia na­ci­onal», alerta o PCP.

Trata-se de uma em­presa es­tra­té­gica para o fun­ci­o­na­mento dos ae­ro­portos

Em nota di­vul­gada pelo seu ga­bi­nete de im­prensa na se­gunda-feira, o Par­tido re­corda que «desde há mais de um ano os tra­ba­lha­dores da SPdH/​Ground­force vivem numa si­tu­ação de pro­funda ins­ta­bi­li­dade. A epi­demia lançou o sector aéreo e a em­presa numa pro­funda crise, que só uma in­ter­venção pú­blica atem­pada e acer­tada po­deria ate­nuar».

«Sendo uma em­presa ab­so­lu­ta­mente es­tra­té­gica para o fun­ci­o­na­mento dos ae­ro­portos na­ci­o­nais e para a TAP, desde então que o PCP vem pro­pondo duas me­didas es­sen­ciais: que o Es­tado adopte um plano de con­tin­gência para que a SPdH/​Ground­force possa ul­tra­passar a pre­sente crise; que a ne­ces­sária ca­pi­ta­li­zação da em­presa fosse trans­for­mada em ca­pital so­cial ar­ras­tando a sua na­ci­o­na­li­zação», pros­segue-se no texto.

Ora, acres­centa-se, «o Go­verno do PS não quis se­guir esse ca­minho, pre­fe­rindo deixar a em­presa en­tregue ao ca­pi­ta­lista a quem um an­te­rior go­verno ofe­re­cera 50,1 por cento da em­presa». Em re­sul­tado, «a SPdH/​Ground­force ficou com­ple­ta­mente de­ses­ta­bi­li­zada, foi co­lo­cada à venda por mais do que um pu­ta­tivo pro­pri­e­tário e ainda car­regou com um pro­cesso de in­sol­vência er­guido pelo pró­prio Go­verno, através da TAP».

«Ao longo do úl­timo ano ficou per­fei­ta­mente de­mons­trado que quer o Go­verno quer a TAP não qui­seram re­solver a si­tu­ação da SPdH/​Ground­force», já que «a sua pri­o­ri­dade era manter a fra­gi­li­dade destes tra­ba­lha­dores para con­se­guir impor uma re­dução sa­la­rial de cerca de 30 por cento», acusa ainda o Par­tido, que lembra que «face aos sa­lá­rios em atraso, aos sub­sí­dios não pagos, às pro­messas rom­pidas, os tra­ba­lha­dores da SPdH/​Ground­force têm de­sen­vol­vido di­versas formas de luta, in­cluindo o re­curso à greve».

«De ime­diato se ou­viram as vozes do cos­tume a pôr em causa o di­reito à greve e a exi­girem a re­qui­sição civil», nota também o PCP, antes de ad­vertir que «mais do que co­locar em causa o di­reito à greve, o que os 2400 tra­ba­lha­dores da SPdH/​Ground­force e a em­presa pre­cisam é de me­didas que as­se­gurem o pa­ga­mento dos sa­lá­rios, de­fendam os di­reitos e o fu­turo da em­presa que é fun­da­mental para a TAP e para o País», de­sig­na­da­mente a sua na­ci­o­na­li­zação.

Re­corde-se que em so­li­da­ri­e­dade com a luta na SPdH/​Ground­force, o de­pu­tado João Dias es­teve, dia 5, com os tra­ba­lha­dores no Ae­ro­porto de Faro, sa­li­en­tando, na oca­sião, que a em­presa de as­sis­tência à ac­ti­vi­dade ae­ro­por­tuária faz falta à TAP e ao País, in­formou a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Al­garve do PCP.

Também no Fun­chal, os co­mu­nistas es­ti­veram, an­te­ontem, com os tra­ba­lha­dores da­quela em­presa, tendo Edgar Silva sa­li­en­tado a jus­teza da va­lo­ri­zação do seu tra­balho e a im­por­tância da sua ac­ti­vi­dade para re­giões ultra-pe­ri­fé­ricas como a Ma­deira.



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