Na sociedade portuguesa persistem défices estruturais com problemas acumulados por décadas de política de direita, que não encontram soluções nem na acção do Governo do PS – submetido que está aos interesses do grande capital e às imposições da UE e do euro – nem tão pouco nos projectos de retrocesso social do PSD e CDS e dos seus sucedâneos Chega e Iniciativa Liberal.
Soluções que tão pouco poderão vir, como nunca vieram, de operações milagrosas de fora, sujeitas às lógicas dos interesses dos directórios de grandes potências da UE, antes reclamam determinação para defender e promover a produção nacional, para defender e valorizar o trabalho e os trabalhadores, para investir nos serviços públicos.
Ora, é exactamente pela concretização desses objectivos, no quadro da política alternativa patriótica e de esquerda, que se desenvolve a intervenção do PCP. De facto, o PCP continua a apresentar soluções que respondem à dimensão dos problemas nacionais e das desigualdades e injustiças que persistem. Foi o caso da iniciativa da passada sexta-feira no Barreiro, com a participação do Secretário-geral do PCP, sobre a terceira travessia sobre o Tejo, entre o Barreiro e Chelas, com as valências rodo e ferroviária, aproximando as duas margens da Área Metropolitana de Lisboa.
É também neste sentido que o PCP considera inaceitável que seja a UE a tentar impor como e quando é que o Estado português pode intervir na TAP, que, com milhares de trabalhadores despedidos e a redução de frota e de capacidade operacional, o Governo está a preparar para transformar numa sucursal de uma grande multinacional, em vez de acautelar, como é seu dever, a defesa dos interesses nacionais.
Do mesmo modo o PCP tomou posição de solidariedade e apoio aos trabalhadores da Groundforce, exigindo medidas que assegurem o pagamento dos salários, defendam os direitos e o futuro da empresa, que é fundamental para a TAP e para o País.
O PCP reafirma que o Governo tem todos os instrumentos para resolver de imediato esta situação. através da nacionalização da SPDH/Groundforce, libertando-a da chantagem do accionista privado que tenta salvar-se à custa dos trabalhadores, da TAP e da economia nacional.
E, no momento em que os trabalhadores e o povo têm vindo a ser sujeitos a uma epidemia com consequências profundamente negativas no plano da saúde e da vida, a que se associou o aproveitamento por parte do grande capital para agravar a exploração, o PCP insiste em que há opções que é preciso fazer, no plano da valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Foi por essa valorização que se realizou a jornada de acção e luta promovida pela CGTP-IN e que culminou com a concentração em Lisboa da passada quinta-feira, dando eco às inúmeras lutas travadas nas empresas e locais de trabalho pela reivindicação salarial, por horários dignos, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral, por direitos e que contou com a solidariedade activa do PCP.
Solidário está também o PCP com a luta dos profissionais das forças de segurança pela justíssima reivindicação do subsídio ou suplemento que compense a perigosidade e o risco da sua missão e pela valorização das suas funções, propostas que há muito o PCP vem apresentando na AR.
No último Orçamento do Estado, por proposta do PCP, ficou aprovado o direito ao subsídio de risco, sendo inaceitável o atraso no seu cumprimento por parte do Governo.
Também na área da saúde é preciso uma resposta com a determinação e amplitude que se impõe. A solução mais sólida e mais eficaz de combate à epidemia, como o PCP tem insistido e a vida lhe tem vindo a dar razão, é a vacinação rápida de todos, a testagem e o rastreio. Uma possibilidade que exige que se adquiram com celeridade as vacinas em falta e se contratem os profissionais necessários, particularmente enfermeiros.
A solução não é insistir em medidas restritivas (por vezes, mesmo absurdas) com que se procura transferir para a responsabilidade individual a ineficácia dessas medidas.
Ao mesmo tempo, o País precisa de dinamizar as actividades económicas, culturais e desportivas e ir mais longe nos apoios sociais ao conjunto dos sectores afectados e no apoio ao investimento.
Chegámos à última fase da preparação das candidaturas às eleições autárquicas de 26 de Setembro. Importa tomar todas as medidas para a sua dinamização, para afirmar a CDU e o seu projecto de trabalho, honestidade e competência.
Num período onde pesam agravados problemas económicos e sociais, mais importante e decisiva é a presença e intervenção da CDU, para defender direitos, para responder aos problemas que as populações enfrentam, para afirmar a alternativa.
Avança de igual modo a preparação da Festa do Avante!, colocando-se como tarefas fundamentais a sua divulgação, o alargamento da distribuição da EP e a sua venda antecipada, a sua construção com a participação nas jornadas de trabalho e a mobilização para as diversas tarefas de funcionamento.
O tempo é da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP protagoniza e propõe, com soluções para os problemas dos trabalhadores, do povo e do País.