Séc. XV – Sacro Império romano germânico
Com raízes nas ruínas do império carolíngio, que entrou em inexorável declínio após a morte do seu grande obreiro, Carlos Magno, foi primeiro designado Império do Ocidente, passou a «sagrado» em meados do séc. XII, a que se juntou «romano» um século depois, até que sob o reinado de Frederico III adoptou o nome com que ficaria conhecido: Sacro Império romano germânico, ou mais precisamente «da nação alemã», Heiliges Römische Reich Deutscher Nation, em alemão. É a Carlos IV do Luxemburgo, eleito em 1355, que se deve o texto jurídico que fixa definitivamente o Sacro Império, a «Bula Dourada de Nuremberga», promulgada em Janeiro de 1356, que estipula as condições para a eleição do imperador. Com 31 artigos, a Bula Dourada, assim chamada devido à decoração a ouro, confirma o carácter electivo e não hereditário do título imperial, atribuindo a função a sete grandes eleitores, três eclesiásticos e quatro laicos. A aprovação papal deixa de ser requisito para a validação da escolha, antecipando a contestação que mais tarde vai desencadear a reforma protestante de Martinho Lutero. O título imperial, que a partir da Renascença fica na Casa de Habsburgo, acaba por se tornar meramente honorífico, sendo abolido em 1806 por Napoleão I, imperador dos franceses.