Cuba defenderá a sua soberania face a intentos desestabilizadores

O pre­si­dente Mi­guel Díaz-Canel re­a­firmou a de­ter­mi­nação de Cuba de de­fender o seu di­reito à so­be­rania e in­de­pen­dência face aos in­tentos de­ses­ta­bi­li­za­dores pro­mo­vidos a partir dos Es­tados Unidos da Amé­rica.

«Os re­vo­lu­ci­o­ná­rios e, na pri­meira linha, os co­mu­nistas, de­fendem a Re­vo­lução acima de tudo»

O chefe do Es­tado de Cuba de­nun­ciou o in­cre­mento de uma cam­panha através das redes so­ciais, que pre­tende criar ma­trizes de opi­nião com o fim de de­sa­cre­ditar os es­forços que faz a Re­vo­lução Cu­bana para ga­rantir a saúde e a vida do povo. Numa con­fe­rência de im­prensa, na se­gunda-feira, 12, Díaz-Canel re­feriu-se aos pro­testos re­a­li­zados na vés­pera por grupos de pes­soas em al­gumas ci­dades do país com os quais, disse, se pre­tende jus­ti­ficar a ne­ces­si­dade de uma «in­ter­venção hu­ma­ni­tária» es­tran­geira.

Disse que Cuba ne­ces­sita de so­li­da­ri­e­dade, que ja­mais re­cusou, e da sus­pensão ime­diata das 243 me­didas de re­forço do blo­queio im­ple­men­tadas pelo ex-pre­si­dente Trump e man­tidas pela ad­mi­nis­tração de Joe Biden. Instou o pre­si­dente norte-ame­ri­cano a es­cutar o clamor mun­dial e a pôr fim ao blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto a Cuba desde há seis dé­cadas.

Noutra in­ter­venção, essa no do­mingo, 11, em Ha­vana, para par­ti­lhar com o povo in­for­ma­ções sobre as pro­vo­ca­ções or­ques­tradas por ele­mentos contra-re­vo­lu­ci­o­ná­rios, or­ga­ni­zados e fi­nan­ci­ados a partir dos EUA com pro­pó­sitos de­ses­ta­bi­li­za­dores, o também pri­meiro se­cre­tário do Par­tido Co­mu­nista de Cuba con­si­derou que «aos EUA tem per­tur­bado muito, du­rante 60 anos, o exemplo da Re­vo­lução Cu­bana».

Evocou a com­plexa si­tu­ação eco­nó­mica pro­vo­cada pelo blo­queio, agra­vada pelo re­cru­des­ci­mento das me­didas co­er­civas vi­sando as­fi­xiar a eco­nomia do país. Tais me­didas res­tri­tivas cor­taram as prin­ci­pais fontes de di­visas – o tu­rismo, as vi­a­gens de cu­banos e ame­ri­canos à ilha, as re­messas dos emi­grantes. Tudo isto acres­cido do plano de de­sa­cre­di­tação das bri­gadas mé­dicas cu­banas, já que através dessa co­la­bo­ração o país obtém também o in­gresso de di­visas.

Esta si­tu­ação, ex­plicou, pro­vocou fa­lhas no abas­te­ci­mento de ali­mentos, me­di­ca­mentos, ma­té­rias-primas e con­su­mí­veis para poder de­sen­volver o pro­cesso eco­nó­mico e pro­du­tivo.

 

De­fender a Re­vo­lução

No meio destas con­di­ções muito di­fí­ceis, chegou a pan­demia de COVID-19, que afectou não só Cuba mas também os EUA e ou­tros países eco­no­mi­ca­mente mais po­de­rosos. Estes, apesar das suas ri­quezas, «têm in­di­ca­dores em re­lação ao en­fren­ta­mento da pan­demia que mos­tram, em muitos casos, pi­ores re­sul­tados que os de Cuba».

Foi com enormes di­fi­cul­dades que Cuba en­frentou a pan­demia, «par­ti­lhando entre todos o pouco que temos». E, mesmo assim, con­se­guindo criar cinco can­di­datos va­ci­nais, um deles já re­co­nhe­cido como va­cina, «a pri­meira va­cina da Amé­rica La­tina contra a COVID-19», evi­den­ciou Díaz-Canel, lem­brando que Cuba já está a va­cinar a sua po­pu­lação, num pro­cesso que de­mora algum tempo.

No mo­mento em que, tal como ou­tros países, Cuba en­frenta um pico epi­dé­mico – de que sairá mais cedo do que tarde –, os que «sempre apoi­aram o blo­queio, os que ser­viram como mer­ce­ná­rios, la­caios do im­pério yankee,«de ma­neira muito co­barde, subtil, opor­tu­nista, muito per­versa» co­meçam a apa­recer com dou­trinas de «in­ter­venção hu­ma­ni­tária», de «cor­redor hu­ma­ni­tário», para pro­mover a ideia de que o Go­verno cu­bano não é capaz de sair desta si­tu­ação, como se es­ti­vessem in­te­res­sados no bem-estar e na saúde do povo», e, ma­ni­pu­lando as di­fi­cul­dades, pro­curam or­ga­nizar ma­ni­fes­ta­ções e dis­túr­bios, de­nun­ciou o pre­si­dente.

Díaz-Canel en­fa­tizou que «em Cuba as ruas são dos re­vo­lu­ci­o­ná­rios» e que o Es­tado, o Go­verno re­vo­lu­ci­o­nário, guiado pelo Par­tido, têm toda a von­tade po­lí­tica para dis­cutir, para ar­gu­mentar e para par­ti­cipar com o povo na so­lução dos pro­blemas, mas «re­co­nhe­cendo qual a ver­da­deira causa dos nossos pro­blemas, sem nos dei­xarmos con­fundir».

Por isso, con­vocou todos os re­vo­lu­ci­o­ná­rios do país, todos os co­mu­nistas, «a sair às ruas em qual­quer lugar onde haja essas pro­vo­ca­ções, hoje, a partir de agora e em todos os dias». E re­a­firmou: «Os re­vo­lu­ci­o­ná­rios e, na pri­meira linha, os co­mu­nistas, de­fen­demos a Re­vo­lução acima de tudo. E, com essa con­vicção, es­tamos já nas ruas, não vamos per­mitir que nin­guém ma­ni­pule a si­tu­ação, nem que nin­guém possa de­fender um plano que não seja cu­bano, que não seja de bem-estar para os cu­banos e que seja ane­xi­o­nista. Para isso con­vo­camos os re­vo­lu­ci­o­ná­rios, os co­mu­nistas de Cuba».


PCP apela à so­li­da­ri­e­dade
com a Re­vo­lução Cu­bana

O Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês ex­pressou a sua so­li­da­ri­e­dade com Cuba, o Go­verno e o povo cu­banos que, en­fren­tando uma si­tu­ação exi­gente e com­plexa in­se­pa­rável da in­ten­si­fi­cação da acção de in­ge­rência e de agressão do im­pe­ri­a­lismo, se em­penha de forma de­ter­mi­nada no com­bate à epi­demia, na de­fesa da sua so­be­rania e in­de­pen­dência e dos seus le­gí­timos di­reitos, in­cluindo ao de­sen­vol­vi­mento.

Numa nota di­vul­gada pelo seu Ga­bi­nete de Im­prensa, no dia 12, o PCP va­lo­riza os es­forços e os avanços al­can­çados por Cuba no com­bate à epi­demia no seu País e na so­li­da­ri­e­dade que prestou e presta a ou­tros países e povos no âm­bito da saúde pú­blica, in­cluindo face à pan­demia.

O PCP con­dena ve­e­men­te­mente a po­lí­tica da ac­tual ad­mi­nis­tração norte-ame­ri­cana que não só in­siste na con­ti­nui­dade do cri­mi­noso blo­queio eco­nó­mico, fi­nan­ceiro e co­mer­cial, com ca­rácter ex­tra­ter­ri­to­rial, im­posto há mais de 60 anos pelos EUA contra Cuba e o povo cu­bano, como mantém as me­didas de cruel re­cru­des­ci­mento deste blo­queio im­ple­men­tadas pela Ad­mi­nis­tração Trump, par­ti­cu­lar­mente du­rante o pe­ríodo da pan­demia, vi­sando im­pedir o acesso a bens es­sen­ciais, como me­di­ca­mentos e ali­mentos, assim como o de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico deste país ca­ri­benho.

O PCP de­nuncia a hi­po­crisia da­queles que, ex­pres­sando uma en­ga­na­dora pre­o­cu­pação com o povo cu­bano, ocultam de­li­be­ra­da­mente a po­lí­tica de in­ge­rência e de agressão dos EUA – in­cluindo a exis­tência do blo­queio e os seus efeitos – que atenta vi­o­len­ta­mente contra a so­be­rania e a in­de­pen­dência de Cuba e os di­reitos do seu povo.

De­nun­ci­ando e re­pu­di­ando as ac­ções de de­ses­ta­bi­li­zação e pro­vo­cação que os EUA pro­movem, ins­tru­men­ta­li­zando ci­ni­ca­mente as ne­fastas con­sequên­cias do blo­queio pelo qual são res­pon­sá­veis, o PCP sa­li­enta o exemplo de co­ragem e dig­ni­dade de Cuba e do povo cu­bano e apela à so­li­da­ri­e­dade com a Re­vo­lução Cu­bana e à exi­gência do fim do blo­queio dos EUA contra Cuba, como foi rei­te­rado pela As­sem­bleia Geral das Na­ções Unidas no pas­sado mês de Junho.




Mais artigos de: Internacional

Solidariedade com Cuba hoje em Lisboa

«Não ao bloqueio dos EUA! Cuba Vencerá!» é o mote para a concentração de solidariedade com Cuba que se realiza hoje às 18h00 junto à embaixada daquele país em Lisboa (Rua Pero da Covilhã, no Restelo). No texto assumido pelas organizações promotoras lembra-se o bloqueio imposto há mais de 60 anos pelos EUA, e agravado...