1934 – Demolição de O homem na encruzilhada

«Prefiro morrer a mutilar a minha obra», disse o pintor mexicano Diego Rivera quando a família Rockefeller o instou a alterar o mural que produziu para o Rockefeller Center, O homem na encruzilhada, representando a luta entre o capitalismo e o socialismo. Dividida em duas partes, a obra tem ao centro um operário e uma mão em primeiro plano sustendo um átomo. À direita o capitalismo, um exército de homens com máscaras de gás, a repressão de protestos populares. À esquerda a construção do socialismo, a participação activa dos trabalhadores, os rostos de Karl Marx, Engels e Lénine em destaque. A crítica do New York World à obra, classificando-a de «propaganda anticapitalista», ateou a polémica em torno do mural e a sua inauguração, prevista ironicamente para o 1.º de Maio de 1933, foi cancelada, dada a recusa de Rivera em apagar os símbolos do comunismo. Um ano depois, o Rockefeller Center anuncia «obras de remodelação» no vestíbulo, pelo que será demolida a parede onde se encontra a obra. O «terrorismo cultural», como lhe chamou Rivera, leva o artista a recriar a obra no Palácio de Belas Artes da Cidade do México, onde se mantém com o título O homem controlador do Universo. Do original resta o registo fotográfico feito clandestinamente por Lucienne Bloch.