LUTA, INTERVENÇÃO E CONFIANÇA

«Pelos direitos e pela alternativa»

Continua a campanha contra o SNS que os arautos dos grupos económicos da saúde, aproveitando o surto epidémico, têm vindo a desenvolver.

É uma campanha que, como sublinhou Jerónimo de Sousa no Encontro com profissionais e utentes de Saúde da passada sexta-feira, não sendo uma novidade, assume, nos planos político e ideológico, uma dimensão e intensidade nunca antes vista.

Mas, o que a vida confirmou é que, apesar de todas as dificuldades e insuficiências, o SNS mostrou ser a solução mais sólida na resposta à epidemia.

De facto, a vantagem do SNS geral e gratuito, consagrado na Constituição, reside nos objectivos que se pretende alcançar; na prestação geral e integrada de cuidados; no planeamento da oferta de cuidados, de acordo com as necessidades; na garantia de acessibilidade universal e igualdade no acesso; nos melhores resultados globais em saúde; na valorização dos recursos humanos.

Perante a incapacidade de resolver o problema devido às opções erradas que tem vindo a tomar, o Governo transfere para a esfera dos comportamentos individuais a responsabilidade por medidas restritivas como as que recentemente foram decididas. Ora, o que é preciso é uma intervenção forte e determinada em que, para além das normas de protecção sanitária já adoptadas, se desenvolva a testagem, o rastreio e a vacinação rápida de todos.

Vivemos uma situação onde pesa o impacto da epidemia no País, mas a situação que vivemos está muito para além da que resulta da situação sanitária. É também efeito do aproveitamento que dela tira o grande capital e os grandes interesses que dominam a economia portuguesa para acentuar a exploração e agravar os problemas do povo e em que pesam, de forma particular, o desprezo dos sectores produtivos nacionais e a entrega dos sectores estratégicos da economia ao capital monopolista por parte dos governos do PS, PSD e CDS.

O reforço do SNS, a defesa da produção nacional e a valorização do trabalho e dos trabalhadores são, aliás, parte integrante da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP defende e propõe, a única capaz de responder aos problemas nacionais e assegurar o desenvolvimento do País.


Realizou-se no dia 28 de Junho a reunião do Comité Central, que, para além da avaliação que fez a aspectos da situação nacional e internacional, apontou como elementos prioritários da intervenção do Partido: o estímulo e apoio à acção e à luta dos trabalhadores, a partir das empresas e locais de trabalho e da luta das populações e o fortalecimento das organizações e movimentos unitários de massas; o desenvolvimento da iniciativa política e a afirmação do PCP, destacando o prosseguimento do roteiro da produção nacional, a defesa dos direitos dos trabalhadores e dos Serviços Públicos, em particular do SNS e da Escola Pública; a preparação das eleições autárquicas, importante batalha política de massas, afirmando a CDU e o seu projecto de trabalho, honestidade e competência; a preparação da 45.ª Festa do Avante!, com a divulgação da Festa e do seu programa, a sua construção, o alargamento da distribuição da EP e a sua venda antecipada; o prosseguimento da concretização do programa das Comemorações do Centenário do Partido sob o lema «Liberdade, Democracia, Socialismo – o futuro tem Partido».

No mesmo sentido o Comité Central apontou orientações prioritárias para o reforço do Partido, nomeadamente uma maior atenção à política de quadros com o levantamento, responsabilização, acompanhamento, ajuda e formação de quadros.

O reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho, com a consolidação dos avanços verificados na criação de células e definição de novos responsáveis.

O recrutamento de novos militantes com a dinamização da Campanha Nacional de Recrutamento «O Futuro tem Partido» que o XXI Congresso decidiu, em que se destaca a adesão de centenas de novos membros ao Partido. Campanha centrada no reforço da organização, com o objectivo de 5000 novos militantes, que decorrerá até Abril de 2023 e em que se insere o trabalho para a integração e responsabilização dos novos militantes.

O reforço das estruturas e do trabalho de propaganda e a dinamização da difusão do Avante! e de O Militante.

A afirmação da independência financeira do Partido, com a concretização da Campanha Nacional de Fundos «O Futuro tem Partido», que constitui já uma grande resposta da organização, dos membros do Partido e também de simpatizantes e amigos, com uma intensidade e resultados diferenciados, e a concretização do objectivo do aumento das quotizações, dirigida a todos os membros do Partido, independentemente do valor da sua quota actual.


Apesar do complexo quadro que vivemos, a luta dos trabalhadores e do povo e a intervenção do PCP desenvolvem-se e afirmam-se como via para conseguir as soluções. Quanto mais as reforçarmos, maiores as razões de confiança no futuro.