PELO EMPREGO E OS DIREITOS

«Desenvolver a luta, reforçar o PCP»

Perante uma situação nacional marcada por graves problemas económicos e sociais, o que se impunha por parte do Governo do PS era uma outra política de defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores e do povo, e não de cedência aos interesses do grande capital, como vem acontecendo.

Ao mesmo tempo que se aproveita destas opções do Governo, esse mesmo capital monopolista vai manobrando no sentido da rearrumação das forças e sectores reaccionários – PSD, CDS e seus sucedâneos do Chega e Iniciativa Liberal – tendo em vista a revisão da Constituição, a subversão do regime democrático e o regresso a um passado de retrocesso social.

É neste quadro que se desenvolve a luta dos trabalhadores de diferentes áreas e sectores de actividade e o PCP intensifica a sua acção em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

De facto, se não fosse a luta dos trabalhadores e a acção do PCP, se não fosse a sua iniciativa e proposta no âmbito do Orçamento do Estado, a situação vivida por milhares de portugueses seria ainda mais grave que aquela que se vive.

 

Há quem queira fazer esquecer, mas se há cerca de 300 mil trabalhadores em lay-off a receberem os seus salários a 100% foi porque o PCP o garantiu com a sua iniciativa e proposta. E o mesmo se diga do aumento de pensões para um milhão e novecentos mil pensionistas, das 230 mil pessoas abrangidas pelos apoios dirigidos aos trabalhadores independentes, sócios-gerentes, pessoas sem proteção social ou, ainda, as cerca de 19 mil crianças abrangidas pela gratuitidade das creches.

E só não se vai ainda mais longe porque aquilo que está dependente da execução do Governo do PS continua hoje a ser arrastado ou mesmo pervertido. Ao contrário, aliás, da celeridade que é posta a resolver problemas causados pelo grande capital, como foi a recente decisão do Governo de injectar no Novo Banco mais 429 milhões de euros, por empréstimo bancário, para alimentar a sua gestão privada e ultrapassar as limitações à sua capitalização. Um expediente que torna mais caro este sistemático esbanjar de dinheiro público e representa um novo negócio para a banca, quando o que se impunha era decidir sobre o seu controlo público.

Nesta acção decisiva pelos direitos se insere também o combate do PCP pela concretização das medidas urgentes contra a COVID-19, nomeadamente a testagem, o rastreio, o reforço dos profissionais da estrutura de saúde pública, o avanço rápido da vacinação de todos os portugueses, com a libertação dos condicionamentos e opções da Comissão Europeia e das multinacionais farmacêuticas em relação à compra de vacinas.

 

Neste combate pela alternativa, o PCP intensifica a sua acção no estímulo à luta dos trabalhadores e das populações, na preparação, no quadro da CDU, das eleições autárquicas, (com a prestação de contas e a constituição e apresentação de candidaturas); na preparação da Festa do Avante! (de que publicaremos na próxima semana um suplemento com os artistas da Festa); na realização de importantes iniciativas, com a participação de Jerónimo de Sousa, como foram o Encontro com trabalhadores «Pelo trabalho com direitos. Contra a exploração», a audição «Valorizar a cultura e os seus trabalhadores» e o Encontro com pais «Direito a ser criança – crescer saudável e feliz», lembrando, valorizando e dando força às diversas propostas do PCP pelos direitos e contra a exploração; pelos direitos dos profissionais da cultura e a retoma em pleno da sua actividade; pelos direitos das crianças e seus pais.

É precisa uma política patriótica e de esquerda para recuperação para o País do que é do País – os seus recursos, os seus sectores estratégicos, o seu direito inalienável ao desenvolvimento e à criação de emprego –, que assegure os direitos à saúde, à educação, à cultura, à habitação, à protecção social, aos transportes.

Uma política patriótica e de esquerda que passa, necessariamente, por pôr Portugal a produzir, com mais agricultura, mais pescas, mais indústria, a criar mais riqueza e a distribuí-la melhor, apoiando as micro, pequenas e médias empresas.

Uma política patriótica e de esquerda de valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários e dos seus direitos individuais e colectivos, dos reformados e pensionistas, de garantia dos necessários apoios sociais.

 

É no quadro desta intensa intervenção que se coloca a necessidade de reforço do PCP, com particular atenção esta semana à dinamização da fase final da Campanha Nacional de Fundos «o futuro tem Partido», concretizando o máximo de contactos.

 

Embora com a plena consciência de que a solução para os problemas não só não dispensa, como exige, a ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda, o PCP continua a estar como sempre tem estado, empenhado na procura das soluções e tomada de medidas que correspondam a legítimas aspirações dos trabalhadores e do povo português a uma vida melhor e a um Portugal com futuro.