«Eliminem o bloqueio, também é um vírus»

Em Cuba e em dezenas de países de diferentes continentes realizaram-se no passado fim-de-semana novas acções de solidariedade com a ilha caribenha e de rejeição do cruel e criminoso bloqueio imposto pelos Estados Unidos da América.

«Hoje são milhares, amanhã serão milhões e um dia será toda a Humanidade» contra o bloqueio

Uma segunda caravana global contra o bloqueio dos EUA a Cuba estendeu-se, nos dias 24 e 25, por mais de 50 cidades do mundo. Participantes do movimento compararam o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra o povo cubano com um vírus, tão nocivo e a necessitar de ser eliminado como o SARS-Cov-2.

Na Europa, a julgar pelo número de acções efectuadas e de mensagens publicadas em redes sociais, esta acção de solidariedade teve uma significativa expressão. Em cidades de Itália e da Alemanha, por exemplo, houve iniciativas públicas em parques e praças, onde cidadãos solidários exigiram o fim da política agressiva dos EUA contra Cuba. Espanha, Bélgica, França, Sérvia, Irlanda, Reino Unido e Rússia, entre outros países, foram sedes de mobilizações semelhantes. O sítio web Sempre com Cuba, que divulga acções de solidariedade com a ilha, reportou mobilizações em diversos países de África, de onde foram enviadas mensagens de apoio à luta do povo cubano em defesa da sua soberania. Foram levadas a cabo actividades em países do continente americano, do Canadá ao México, passando pela Venezuela, Argentina, Equador ou Panamá. E, nos EUA, em 13 estados e 21 cidades também foi denunciada a política agressiva de Washington e exigido o fim do bloqueio.

Proximamente, representantes da diplomacia cubana vão apresentar, uma vez mais, nas Nações Unidas, o projecto de resolução que exige o cessar do bloqueio criminoso. Segundo o jornal Granma, os protestos ocorridos neste fim-de-semana são um prelúdio do que voltará a acontecer em Nova Iorque em 23 de Junho – um firme apoio mundial à exigência histórica do fim da política de agressão da administração norte-americana contra Cuba.

O recém eleito primeiro secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, juntou-se igualmente ao protesto global contra as sanções unilaterais impostas pelos EUA.

O dirigente agradeceu o gesto dos cubanos residentes noutras partes do mundo, bem como das organizações e movimentos de solidariedade com Cuba, que se juntaram a esta mobilização. Fez referência às centenas de pessoas que expressaram a sua solidariedade e às dezenas de cidades de vários continentes – incluindo as de Santa Clara e Las Tunas, em Cuba – onde «são muitos os que exigem o mesmo em diferentes idiomas». Comparou o protesto global com uma «onda imparável», ainda que no meio de uma pandemia. «Eliminar o bloqueio, pedem em toda a parte. Hoje são milhares, amanhã serão milhões e um dia será toda a Humanidade. Não há crime que dure 100 anos, nem povo que aceite submeter-se», asseverou Díaz-Canel.

 

Jovens com a Revolução

Em 27 e 28 de Março deste ano teve lugar a primeira caravana mundial contra o bloqueio a Cuba. Então, nos cinco continentes, organizações solidárias e de residentes cubanos no estrangeiro convocaram concentrações de automóveis, motas e bicicletas e levaram a cabo encontros virtuais e presenciais para denunciar o impacto do bloqueio e as mais de 240 sanções ordenadas pela administração Trump para o agravar, nenhuma das quais foi, até ao momento, eliminada pelo presidente Joe Biden.

Agora, um mês depois, novos países juntaram-se a esta iniciativa encabeçada por Cuba.

Neste fim-de-semana, Villa Clara e Las Tunas foram sedes em Cuba das caravanas contra o bloqueio. «Porque temos memória e sabemos quanta dor causou ao povo cubano mais de 60 anos de acosso imperial, porque a maior parte da nossa população nasceu e cresceu sob o bloqueio e porque temos dignidade suficiente para não permitir que continue a tentativa de genocídio que pretende fazer-nos render por fome e carências, em representação de todos os cubanos marchou-se neste domingo», escreve o Granma.

Nas duas cidades, em bicicletas, motas, skates e viaturas ligeiras, entre outros meios, em coloridos desfiles, participaram especialmente jovens, que dessa forma também expressaram agradecimento aos países que se juntaram à caravana mundial.

Em Havana, uma regata de pequenas embarcações e a conclusão de um mural artístico foram duas das iniciativas com que o povo cubano saudou a jornada de solidariedade mundial.

Povo cubano que sabe bem que as restrições económicas e a perseguição financeira não ficam só nos documentos, mas impactam nas vidas de milhões de famílias, cuja satisfação das necessidades o bloqueio dos EUA procura obstaculizar e impedir, o que exige que o bloqueio seja eliminado de maneira completa e permanente, possibilitando a Cuba a sua liberdade de comercializar e desenvolver-se sem limitações impostas pelo imperialismo.

Jerónimo de Sousa saúda Miguel Díaz-Canel

Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, enviou uma carta a Miguel Díaz-Canel, onde transmitiu as calorosas saudações dos comunistas portugueses pela sua eleição como Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, desejando-lhe os maiores sucessos no desempenho dessa mais alta responsabilidade perante o PCC e o povo cubano.

O Secretário-Geral do PCP transmitiu igualmente saudações fraternais a Raúl Castro, saudando e valorizando o seu exemplo de comunista, de uma vida inteiramente dedicada à causa revolucionária da emancipação social e nacional do seu povo e de todos os povos do mundo.

Aludindo a um contexto internacional muito complexo e que coloca grandes exigências, particularmente aos comunistas, o Secretário-Geral do PCP afirmou a confiança de que «sob a liderança do Partido Comunista de Cuba, na continuidade do seu heróico percurso histórico e legado da geração revolucionária guiada por Fidel e Raúl, e concretizando as conclusões do 8.º Congresso do PCC, Cuba continuará firmemente empenhada e a avançar, superando o criminoso bloqueio do imperialismo, assim como outras dificuldades e desafios, no desenvolvimento económico e na concretização das aspirações do seu povo, na defesa da sua soberania e independência nacionais, no caminho do socialismo.»

Na sua carta, Jerónimo de Sousa reafirmou a solidariedade dos comunistas portugueses para com a persistente e corajosa luta do povo cubano frente à agressão imperialista e em defesa da sua Revolução, assim como a vontade de aprofundar as relações de amizade e cooperação entre os dois Partidos, no interesse dos dois povos e países e da causa da paz e do progresso social de todos os povos do mundo.