AFIRMAR ABRIL COM A FORÇA DO POVO

«Os valores de Abril serão afirmados e projectados no futuro de Portugal»

A situação política foi esta semana particularmente marcada pelo grande significado político que tiveram as comemorações populares do 25 de Abril, com a sua expressão de rua um pouco por todo o País.

A dimensão das comemorações populares, pelo País fora (com particular destaque no desfile da Avenida da Liberdade em Lisboa) e a forte expressão da participação juvenil constituem uma grande e clara resposta popular às pretensões da ofensiva reaccionária e uma forte afirmação dos valores de Abril, do seu significado e actualidade.

Sublinha-se ainda o papel fundamental que o PCP teve nestas comemorações, o seu apelo, acção e iniciativa que se revelaram determinantes para o regresso das comemorações populares à rua. Um papel tanto mais significativo pelo contributo à mobilização mas também para que a rua não tivesse ficado livre para ser ocupada por aqueles que o querem destruir.

Num quadro de forte pressão face às questões sanitárias e de uma intensa ofensiva – situação particularmente evidente nas tentativas de condicionamento das comemorações populares na Avenida da Liberdade em Lisboa –, os inimigos de Abril, desencadeando acções provocatórias de cariz fascizante e outras manobras de diversão visando animar polémicas estéreis para diminuir o alcance e significado das comemorações do 25 de Abril, tudo fizeram para as atingir. O objectivo era desvirtuar e esvaziar o conteúdo das comemorações do 25 de Abril, esconder e silenciar as suas extraordinárias realizações, conquistas e valores e, em simultâneo, branquear o fascismo, atacar a Constituição e abrir caminho à subversão do regime democrático. Não conseguiram atingir os seus fins.

 

A resposta dada pelos trabalhadores, pela juventude, pelo povo português, participando massivamente nestas comemorações, pelo seu importante significado, repercutir-se-á agora nas lutas que se seguem, a começar já pela jornada do 1.º de Maio convocada pela CGTP-IN. Uma poderosa acção em defesa dos direitos, contra a exploração, que os trabalhadores e o seu movimento sindical unitário desde há muito vêm preparando a partir da acção reivindicativa. Ao mesmo tempo, importa mobilizar para a acção nacional de luta também convocada pela CGTP-IN para o Porto no próximo dia 8 de Maio e desenvolver a luta a partir das empresas, locais de trabalho e sectores. Neste campo, regista-se pelo seu importante significado as acções de luta em curso e em preparação, nomeadamente, a greve pelo aumento de salários na empresa prestadora de serviços na MABOR, na Exide (ex-Tudor), na EDP e nas Minas da Panasqueira; a luta dos trabalhadores da UBER e Glovo no Porto; a jornada de luta dos professores no dia 24 de Abril com concentração em Lisboa, que terá continuidade nos mês de Maio. Igual registo merecem as acções de luta em preparação, nomeadamente, a greve nas grandes superfícies comerciais no dia 1 de Maio; a jornada nacional de luta promovida pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública a 20 de Maio. Regista-se ainda as acções e lutas das populações e de diferentes sectores em torno de problemas concretos e, ontem, lutas dos estudantes do ensino superior.

 

É também neste quadro que o PCP prossegue a sua iniciativa e continua a assumir o seu papel, dinamizando a acção em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, promovendo o seu reforço, estimulando a luta.

Neste quadro, adquire particular relevo a campanha sobre o emprego e os direitos dos trabalhadores, contra a exploração, a acção nas instituições em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, a preparação das eleições Autárquicas, a acção pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde e o rápido avanço da vacinação, a preparação do 12.º Congresso da JCP, a divulgação da Festa do Avante!.

Tendo presente este papel insubstituível e esta intensa acção, é preciso reforçar o PCP nas diversas direcções que foram definidas, com particular atenção à responsabilização de quadros e à dinamização da Campanha Nacional de Fundos «o futuro tem Partido», alargando e concretizando os contactos e contribuindo para o êxito desta campanha, que se desenvolve no âmbito do Centenário do PCP até ao final do mês de Maio.

 

Por maior que seja a ofensiva contra Abril, com a luta dos trabalhadores e do povo, o reforço e a determinante intervenção do PCP, a unidade e convergência de democratas e patriotas, os valores de Abril continuarão a ser defendidos, afirmados e projectados no futuro de Portugal.