Estamos a três dias de assinalar o 47.º aniversário do 25 de Abril. Foi em torno da Revolução de Abril que decorreu no domingo passado, em Grândola, a sessão pública «Liberdade e Democracia – Os valores de Abril no futuro de Portugal» – que contou com a participação do Secretário-geral do PCP.
Referindo-se a este acontecimento ímpar da História de Portugal, Jerónimo de Sousa sublinharia que a Revolução de Abril «continua a reunir e congregar com júbilo os portugueses por todo o País, porque o seu significado profundo, os seus valores e os seus ideais não só permanecem na memória e no coração do nosso povo, como são pela sua actualidade e capacidade mobilizadora um guia para a nossa acção colectiva na construção de um Portugal mais fraterno e solidário, mais livre, democrático e desenvolvido. A Revolução de Abril é património do povo e é património do futuro. Património construído pela luta dos trabalhadores e do povo e ao qual nós comunistas nos orgulhamos de ter dado um contributo inigualável não apenas na longa e heróica resistência que a Abril conduziu, mas em todos os momentos decisivos da sua construção».
De facto, o papel do PCP na Revolução de Abril e na fundação do regime democrático inscreve-se como dos maiores feitos da sua história.
E no momento em que o PCP assinala o seu Centenário com um vasto programa de comemorações, é justo sublinhar que o papel insubstituível que assumiu ao longo de 100 anos prossegue na actualidade e projecta-se no futuro. Papel que se expressa nos combates de hoje por uma política alternativa patriótica e de esquerda, parte integrante de uma democracia simultaneamente política, económica, social e cultural inspirada nos valores de Abril, indissociável da luta pelo socialismo e o comunismo.
A situação política e social continua muito marcada pela epidemia, com a renovação de mais um Estado de Emergência e a tomada de medidas de «desconfinamento», depois de um longo período de confinamento com efeitos profundamente negativos na actividade de diversos sectores.
Os atrasos e insuficiências na vacinação e os elementos suscitados pelo medo em torno da COVID-19, e em torno da própria vacinação, têm vindo a criar sérias dificuldades na vida, na reacção e na consciência das pessoas. É neste contexto que se impõe prosseguir a iniciativa do PCP e a luta dos trabalhadores e das populações em torno do combate à COVID-19 e pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde, em que se inscreve o projecto de resolução sobre vacinação que o PCP levou recentemente à discussão e votação na Assembleia da República e que foi rejeitado com os votos contra de PS, PSD, CDS e Iniciativa Liberal e a abstenção do PAN e do Chega.
Entretanto, o Governo divulgou esta semana o seu plano ferroviário numa linha de propaganda à sua acção. Perante esta circunstância, importa ter presente o desenvolvimento do roteiro do PCP pela produção nacional, que se prolonga até ao final de 2021, em que se insere o projecto de resolução apresentado na AR sobre o desenvolvimento do aparelho produtivo – incorporação nacional na produção de material circulante ferroviário.
Do mesmo modo teve início na passada quinta-feira a campanha do PCP sobre o emprego e os direitos dos trabalhadores, contra a exploração, com diversas iniciativas e acções.
Prossegue o desenvolvimento da luta, nomeadamente a preparação do 25 de Abril que este ano voltará a contar com o desfile na Avenida da Liberdade em Lisboa e acções com expressão de rua em muitas localidades do País, para além da sessão institucional na Assembleia da República. Desenvolve-se também a preparação da grande jornada do 1.º de Maio a partir do desenvolvimento da luta nas empresas, locais de trabalho e sectores. E prepara-se a acção nacional de luta convocada pela CGTP-IN para o dia 8 de Maio no Porto.
Valorizando as acções desenvolvidas pelo Partido, particularmente as iniciativas em torno da saúde e a sessão pública sobre os 150 anos da Comuna de Paris, torna-se necessário continuar a concentrar esforços de direcção na responsabilização de quadros e na Campanha Nacional de Fundos O futuro tem Partido.
Importa de igual modo mobilizar esforços para dinamizar a preparação das eleições autárquicas e assegurar as medidas que garantam êxito ao 12.º Congresso da JCP que se realizará em Vila Franca de Xira em 15 e 16 de Maio, sob o lema «Mil lutas no caminho de Abril. Organizar, Transformar». Importa igualmente cuidar da divulgação da Festa do Avante!.
Enfrentando a ofensiva ideológica que os centros do grande capital conduzem contra a Revolução de Abril e o regime democrático, procurando apagar as suas realizações, conquistas e valores ou denegrir os seu significado na História do povo português, o PCP continuará a intervir para estimular a luta dos trabalhadores e do povo para afirmar e projectar os seus valores.