2 de Outubro 1968 – Massacre de Tlatelolco
Ni olvido ni perdón é a palavra de ordem dos que, mais de meio século depois, continuam a exigir justiça para as vítimas da Praça de Tlatelolco, também conhecida como Praça das Três Culturas, na Cidade do México. O país, que nesse ano recebia pela primeira vez os Jogos Olímpicos, estava sob o poder ditatorial do presidente Gustavo Díaz Ordaz, do Partido Revolucionario Institucional, que manda reprimir a manifestação estudantil realizada a 23 de Julho. A polícia faz uma vintena de prisões, o que suscita novos protestos e mais repressão, que em Agosto se salda já por vários mortos. A 18 de Setembro, a Universidade Nacional Autónoma do México é ocupada por tropas e carros blindados do exército. Centenas de professores e estudantes são presos. A concentração convocada para exigir a sua libertação, a 2 de Outubro, reúne mais de dez mil pessoas, incluindo crianças. O exército começou a disparar sobre a multidão, encurralada, mal se iniciou a leitura do manifesto da iniciativa; os cadáveres foram-se acumulando durante as duas horas e meia que durou o massacre. Os Jogos Olímpicos realizaram-se dez dias depois, como se nada se tivesse passado. Centenas de pessoas desapareceram depois disso, vítimas de detenções ilegais, perseguições e execuções extrajudiciais.