REFORÇAR O PCP, DINAMIZAR A SUA INTERVENÇÃO

«Mais Partido junto dos trabalhadores»

Na passada sexta-feira, assinalaram-se os 45 anos sobre a data da aprovação da Constituição da República Portuguesa (CRP), a Lei fundamental resultante da Revolução de Abril de 1974 que, apesar das ofensivas e mutilações de que foi alvo para facilitar o avanço da política de direita prosseguida há mais de quatro décadas pelo PS, PSD e CDS, continua a ser garante de importantes direitos políticos, económicos, sociais e culturais dos trabalhadores e do povo.

A CRP tem sido e continua a ser um sustentáculo que reforça a legitimidade da luta, dos anseios e aspirações dos trabalhadores e do povo a uma vida melhor, num Portugal mais fraterno e solidário, mais livre e mais democrático.

Cumprir a Constituição da República Portuguesa e afirmar os valores de Abril são, pois, condições essenciais para que se resolvam os problemas dos trabalhadores e do povo português.

No mesmo sentido, a concretização de um caminho de desenvolvimento soberano do País é indissociável da valorização do trabalho e dos trabalhadores, da defesa e promoção da produção nacional – como salientou Jerónimo de Sousa na sessão de apresentação pública dum plano para comprar comboios, aumentar a oferta de transportes e reconstruir o aparelho produtivo, na passada terça-feira –, da libertação das imposições da União Europeia, do euro e do domínio do grande capital.

É neste quadro constitucional que se assiste à acção reaccionária daqueles que responsabilizam a CRP pelos problemas com que estamos confrontados e, atacando os direitos e o próprio regime democrático, tudo fazem para impor um caminho de retrocesso social e às consequências das opções políticas de submissão às imposições da UE, do euro e do capital monopolista, que não respondem, antes agravam, os problemas económicos e sociais que estamos a viver e em que o Governo português se insere.

É neste quadro político que o PCP intervém com a sua iniciativa e intensa acção, dando visibilidade aos problemas, denunciando as suas causas, apresentando as soluções, dinamizando a luta dos trabalhadores e das populações pelas respostas necessárias. Nesta intensa acção, inserem-se os muitos combates que o PCP trava por melhores condições de vida para o povo português, como está a acontecer esta semana (de 5 a 10 de Abril) com a jornada de contacto com as populações de todo o País em torno do processo de vacinação, afirmando as suas diversas propostas na área da saúde, incluindo a proposta de resolução que apresentou na Assembleia da República e na qual se recomenda ao Governo que procure adquirir vacinas para combater a COVID-19 a partir de soluções alternativas autorizadas pela Organização Mundial de saúde (OMS) e que tenha intervenção mais ampla e possa contribuir para o aumento da produção e fornecimento de vacinas, de modo a garantir a rápida vacinação a todos como medida indispensável no combate à epidemia.

Assim foi também com o conjunto de propostas concretas que o PCP levou a debate na AR no passado dia 31 de Março para responder aos problemas dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas (MPME) e entre as quais se inclui o projecto de lei, aprovado na generalidade, que prorroga e alarga as moratórias bancárias e que visa responder a um problema que afecta hoje milhares de famílias e empresas.

Este é, pois, o Partido que intervém em defesa dos trabalhadores, do povo e do País. Este é o Partido que é preciso reforçar. Reforçar organicamente, desde logo, nas empresas, locais de trabalho e sectores. E nesta edição do Avante! assinalamos o êxito político que representa, no âmbito das comemorações do Centenário do Partido, a criação de 102 novas células e a responsabilização de 119 militantes comunistas pelo acompanhamento das organizações partidárias nas empresas, locais de trabalho e sectores profissionais, superando-se as próprias metas que haviam sido definidas.

Igualmente relevantes são as outras linhas de trabalho inseridas na acção geral de reforço do Partido que, no âmbito das comemorações do Centenário, estão a ser concretizadas, em particular, a Campanha Nacional de Fundos «o futuro tem Partido» que entra agora na sua fase final, a decorrer até ao fim do mês de Maio, com potencialidades para novos e audaciosos passos no alargamento dos contactos.

Quando se assinala o Centenário do Partido, com uma história heróica, com profundas raízes na classe operária, nos trabalhadores, no povo português, importa cuidar do seu reforço, dinamizar a sua intervenção e desenvolver a luta pelas respostas aos problemas e pela alternativa necessária, no caminho do desenvolvimento soberano e do progresso social.