- Nº 2468 (2021/03/18)

Colectivo partidário assinala os 80 anos de Albano Nunes

PCP

COMEMORAÇÃO Dezenas de camaradas festejaram, segunda-feira, o octogésimo aniversário do camarada Albano Nunes, funcionário do PCP desde 1965 que marcou o trabalho internacional do Partido e cujo contributo o colectivo não dispensa.

Pese embora os mais de 50 anos de trabalho, como disse Jerónimo de Sousa dirigindo-se a Albano Nunes, «ainda não é tempo de compilares as tuas memórias, mas sim de continuares a dar a tua contribuição revolucionária, o teu exemplo de dedicação, entrega e generosidade militante no tempo presente».

O Secretário-geral intervinha na iniciativa comemorativa dos 80 anos daquele ímpar militante comunista. Tarefa de «grande fraternidade e significado para tantos de nós que trabalhámos e trabalhamos contigo, com a consciência que não é o Partido que está em dívida connosco. Somo nós que devemos ao Partido ter tido a possibilidade de participar, intervir e lutar nessa causa maior da nossa luta pela felicidade do ser humano, o futuro socialista e comunista, defendendo sempre os interesses e direitos dos trabalhadores, do nosso povo e da nossa pátria».

Albano Nunes integrou o corpo de funcionários clandestinos do PCP em 1965, na sequência da intensa actividade que mantinha como dirigente estudantil, o que lhe valeu a expulsão da Universidade de Lisboa. Esteve na fundação da União dos Estudantes Comunistas e, de 1973 a 1975, assumiu tarefas na Organização Regional de Lisboa. Em 1976, «assumiu responsabilidades no trabalho internacional, onde, no quadro do trabalho colectivo, deste e continuas hoje a dar particular contributo para o prestígio e respeito para com o nosso Partido no movimento comunista e revolucionário internacional», prossegui o Secretário-geral do PCP.

De resto, é justa a valorização do contributo que o camarada pode continuar a dar ao PCP. Membro do Comité Central, como suplente desde 1965, e como efectivo desde 1974, integrando os seus organismos executivos de 1990 a 2016, Albano Nunes mantém-se como director de «O Militante» e membro da Comissão Central de Controlo.

Com uma modéstia tão rara quanto profundamente sincera, Albano Nunes confessou não se sentir «nada à vontade ao usar da palavra nestas circunstâncias».

«Não creio, sinceramente, ter feito ao longo dos meus quase 60 anos de militância mais do que procurar honrar com honestidade o compromisso que, em 1962, assumi com a minha adesão ao Partido», acrescentou Albano Nunes, que com igual humildade afirmou-se alegre «que o Partido avalie positivamente a minha contribuição».

Foi pela luta de massas que «o Partido me encontrou e que eu encontrei o Partido – essa, a mais importante e a mais acertada opção da minha vida», prosseguiu Albano Nunes, para quem «aquilo que dei ao Partido não é nada comparado com o que o Partido me deu», já que, sustentou, «foi no Partido que me tornei um homem verdadeiramente livre, pois nele encontrei, com a compreensão marxista da marcha da História, um sentido para uma vida que vale a pena viver».

«A longo dos anos as responsabilidades não pararam de crescer», aduziu Albano Nunes, que em jeito de balanço, depois de destacar o apoio prestado e o privilégio de ter trabalhado com Álvaro Cunhal, Carlos Aboim Inglez, Aurélio Santos ou Sérgio Vilarigues, lembrou que «temos diante de nós tarefas muito exigentes». Contudo, «como as comemorações do centenário do nosso Partido estão a confirmar, pelo temor e ódio que despertam na reacção, mas sobretudo pelo respeito, simpatia e apoio que suscitam o nosso povo, temos inteira razão quando afirmamos que estamos do lado certo da história, que o PCP é um partido necessário e insubstituível à luta dos trabalhadores e do povo português, que “O futuro tem Partido”».