388 mil mortos em 10 anos de agressão à Síria

AGRESSÃO A guerra contra a Síria, iniciada há 10 anos pelos EUA e aliados, provocou já quase 400 mil mortos e incomensurável sofrimento, originou milhões de deslocados e refugiados, danos materiais incalculáveis e a pilhagem de riquezas sírias.

Agressão dos EUA e aliados causou já milhões de deslocados e refugiados

O dia 15 de Março de 2011 marca o início da agressão dos Estados Unidos da América e aliados – incluindo a NATO e a União Europeia, assim como Israel e as monarquias do Golfo – contra a Síria. Uma guerra que pela acção dos grupos terroristas é considerada uma das mais cruéis desde a Segunda Guerra Mundial.

Uma década de guerra de agressão que terá causado 388.652 pessoas mortas, das quais 117.388 civis e 22.254 menores de idade. As Nações Unidas assinalam que a guerra provocou mais de seis milhões de deslocados internos e de cinco milhões de refugiados.

A crise humanitária cresce devido à continuação das agressões de Washington e aliados: números oficiais indicam que 11 milhões de pessoas na Síria necessitam de ajuda, incluindo 4,8 milhões de crianças, meio milhão delas cronicamente desnutridas. Segundo dados da ONU, o número de pessoas sem acesso a alimentos supera os oito milhões e mais de um milhão de deslocados estão refugiados em acampamentos informais, principalmente no norte da Síria.

Nos dias de hoje, forças norte-americanas enviam regularmente comboios militares com material bélico para as suas bases ilegais em território sírio, ao mesmo tempo que colunas de camiões transportam trigo saqueado para o norte do Iraque.

Os EUA construíram recentemente novas bases militares, que se juntam às mais de 10 existentes na região de Tanef, na fronteira sírio-iraquiana, e na região de Al-Jazira, situada no noroeste do país e rica em petróleo, gás e trigo. As sanções impostas pelos EUA e UE continuam a privar o país de bens essenciais.

PCP exige no Parlamento Europeu
o fim da agressão à Síria

A maioria do Parlamento Europeu (PE) aprovou mais uma infame resolução contra a Síria e o seu povo, que se soma ao extenso rol de textos que, manipulando, falsificando e instrumentalizando, visam branquear acções de ingerência e de agressão contra povos e Estados.

A propósito dos 10 anos de agressão à Síria, a resolução aprovada no PE escamoteia grosseiramente as causas da actual situação que se vive naquele país, adulterando a realidade para omitir as responsabilidades dos EUA, da NATO e da UE e de países como a Turquia, Israel, a Arábia Saudita ou os Emirados Árabes Unidos, numa guerra de agressão que causou a destruição de infra-estruturas económicas e patrimoniais, desmedido sofrimento, milhares de mortos e milhões de deslocados e refugiados.

Sem surpresa, o texto ignora as criminosas consequências do actual bloqueio económico e financeiro imposto pelos EUA, a UE e os seus aliados contra a Síria e o seu povo – particularmente em contexto de pandemia de Covid-19 – e que visam dificultar a recuperação económica e a reconstrução deste martirizado país. E perante a imensa destruição pela qual a UE é co-responsável, o texto apela à intensificação das sanções e ao boicote ao processo de reconstrução da Síria.

Trata-se de mais um exercício de hipocrisia com o qual se pretende encobrir as responsabilidades dos que intervêm directamente, patrocinam e são cúmplices com a guerra contra a República Árabe Síria e com as consequentes violações dos direitos do povo sírio, dos direitos humanos, pelas quais esta agressão é responsável.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu apresentaram propostas de alteração ao texto que, entre outros aspectos, exigem o fim da agressão contra a Síria e da ocupação ilegal do seu território pelos EUA, Israel e a Turquia, e o levantamento das sanções – propostas que contaram com os votos contra dos deputados do PS, PSD e CDS. De registar o voto dos deputados do BE que votaram contra que «as relações da União Europeia e dos seus Estados-membros com a República Árabe Síria se baseiem no respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, incluindo o respeito pela sua soberania, independência e integridade territorial».




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