- Nº 2467 (2021/03/11)

A LUTA CONTINUA

Editorial

Tiveram lugar por todo o País, ao longo da semana passada, com particular destaque para o dia 6 de Março, as comemorações do Centenário do Partido Comunista Português, com a significativa participação de muitos milhares de comunistas e outros democratas.

Fazendo das comemorações uma combativa jornada de luta, o PCP promoveu o contacto com a população e, em particular, com os trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, assinalou o Centenário com a implantação de milhares de bandeiras, pintura de murais, colocação de faixas, com a homenagem aos heróis caídos na luta, a venda especial do Avante!, as 100 acções e o acto central em Lisboa.

Às 15 horas do passado sábado, quando por todo o País se deu início a esta iniciativa cantando «A Internacional», os comunistas e outros democratas, afirmavam, deste modo, a sua imensa alegria e orgulho pelos 100 anos de luta do Partido Comunista Português ao serviço do povo e da pátria, pela democracia e o socialismo, reafirmando a determinação de sempre deste Partido, pronto para travar os combates do presente e do futuro e responder às exigências que a vida lhe coloca para continuar a servir os trabalhadores, o povo e o País.

Na sua intervenção no acto central, em Lisboa, o Secretário-geral do PCP sublinharia: «Neste início da terceira década do século XXI, aqui estamos. Somos o Partido Comunista Português. Um Partido Comunista digno desse nome! O Partido que segue determinado na afirmação da sua identidade comunista, cujo reforço construímos dia a dia, aprofundando a ligação com os trabalhadores e o povo!».

E acrescentaria, a finalizar, que «a vida nestes 100 anos prova que o PCP é necessário, indispensável e insubstituível aos trabalhadores, ao povo e ao País. Com a experiência e o valor do seu passado e da sua vigorosa acção presente, o PCP é também o grande partido do futuro. A luta continua e continuará, certos que o futuro tem Partido!».

Foi uma acção verdadeiramente memorável, pelo entusiasmo, a determinação e confiança no futuro, pela afirmação do ideal e do projecto comunistas, indissociáveis da luta diária pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, pela ruptura com a política de direita e afirmação da política alternativa patriótica e de esquerda, parte integrante de uma democracia avançada vinculada aos valores de Abril.

É pois justo saudar os comunistas e os muitos outros democratas que deram e continuam a dar o seu contributo para o êxito das comemorações deste Centenário e a quem se deve o êxito político das iniciativas que marcaram a semana que passou.

O Partido Comunista sai fortalecido deste momento particular da sua história de 100 anos de luta, mais preparado para os combates presentes e futuros.

De facto, o Partido Comunista Português, aí está e estará a intervir em defesa e pelo reforço do SNS, estimulando e organizando a luta dos trabalhadores e das populações, exigindo e propondo respostas rápidas e eficazes aos problemas que se colocam no plano da saúde. Mas, procurando igualmente respostas para os problemas políticos, económicos, sociais e culturais provocados pela epidemia e pelo aproveitamento que dela faz o grande capital para aprofundar a exploração.

É o Partido que aí está a defender a produção nacional e o emprego com direitos, com propostas concretas que garantam o desenvolvimento soberano do País: tomando posição sobre o novo aeroporto de Lisboa, colocando a necessidade de renacionalização da Groundforce e exigindo o pagamento dos salários em atraso, batendo-se em defesa da floresta e do aparelho produtivo.

É o Partido que aí está a lutar e a intervir pela valorização do trabalho e dos trabalhadores estimulando a luta pelo aumento dos salários, contra a precariedade, contra a desregulação e pela redução dos horários de trabalho, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral.

É o Partido que estimula a luta das mulheres pela igualdade e pelo cumprimento dos seus direitos. Luta que conta com a solidariedade activa do PCP de novo reiterada neste Dia Internacional da Mulher, na iniciativa do PCP a 8 de Março com a intervenção de Jerónimo de Sousa e que teve importante acção de luta no Porto no passado dia 7 e voltará a ter no próximo dia 13 em Lisboa, ambas promovidas pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM). Bem como na Semana da Igualdade promovida pela CGTP-IN e em outras iniciativas.

É o Partido que se bate pelos interesses dos micro, pequenos e médios empresários e dos profissionais da cultura.

É o Partido que reclama e propõe a reposição das freguesias eliminadas pelo Governo PSD/CDS, como aconteceu recentemente com a proposta por si apresentada na Assembleia da República e cujo processo legislativo PS e PSD têm vindo consecutivamente a travar.

É este o Partido Comunista Português que reafirma que tal como valeu a pena a luta que travou ao longo de 100 anos, vale a pena olhar hoje para o futuro com confiança, determinação e esperança, porque é nobre o ideal da emancipação dos trabalhadores e dos povos por que continuamos a lutar. Uma luta que prossegue pelos direitos, a melhoria das condições de vida e o progresso social. Contra a exploração e o empobrecimento. Pela liberdade, a democracia, o socialismo.